Os negócios são instáveis e os cenários incertos. Em nosso dia a dia precisamos tomar uma série de decisões e, muitas delas, nos expõe a riscos de toda ordem de grandeza. Esse é o mundo corporativo. Cheio de desafios e, talvez, esse seja um dos maiores atrativos para empreendedores ousados e cheios de vontade de resolver problemas, encontrar soluções e dispostos a assumir riscos.
Estar disposto, não significa assumir qualquer risco. O mais experiente piloto não levantaria um avião sem um plano de voo, e o mesmo deveria se aplicar aos empreendedores em suas empreitadas.
Assim como o plano de voo traça a rota e traz diretrizes para o piloto durante a viagem, o planejamento estratégico auxilia o empreendedor a sair de onde está e chegar aonde deseja.
Uma das funções do planejamento estratégico é mitigar os impactos ocasionados por fatores externos deixando as empresas menos vulneráveis e, o mais intrigante, é que entre as médias empresas apenas 10% praticam o planejamento estratégico.
Entre as pequenas empresas este número é ainda menor. Particularmente atribuo este comportamento ao fator cultural, pois muitos empreendedores ainda acreditam que desenvolver o planejamento seja apenas para as grandes empresas.
A estratégia é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de qualquer negócio, independentemente do tamanho e do tempo de existência. Através de um bom planejamento definimos, não apenas as metas quantitativas, mas também as qualitativas, alinhamos as expectativas do empreendedor, empresa e mercado e criamos a visão de futuro. A partir daí, a tomada de decisões se torna mais assertiva, pois está subsidiada por informações e dados relevantes para o desenvolvimento do negócio.
Do planejamento estratégico extraímos as metas, objetivos e ações necessárias para alcançá-los durante o período planejado, norteando as atividades, processos e pessoas envolvidas na operação. Mas, seus benefícios vão muito além disso.
Visão sistêmica do negócio, conhecimento amplo dos seus pontos fortes e de seus pontos a serem desenvolvidos (as fraquezas) devem reduzir riscos, o que impacta diretamente na economia de recursos. Errar menos representa menos desperdícios. O problema não está em errar, mas sim em errar empiricamente.
Geralmente desenvolvemos o planejamento entre os meses de outubro e novembro, pensando no próximo período, que pode ser de um a três anos. Claro que existe a possibilidade de pensar em períodos maiores, mas a dinâmica atual do mercado não favorece planejamentos a longo prazo, exigindo revisões frequentes.
Muitos empreendedores têm vontade de desenvolver o planejamento estratégico em suas empresas e a maior dúvida é por onde começar. Eu costumo dizer que o primeiro passo não é na empresa e sim no empresário, que precisa entender o valor de desenvolver uma ferramenta trabalhosa, cheia de detalhes, mas que vai contribuir muito em seu cotidiano. Passado este primeiro momento é hora de garantir que todos os envolvidos na operação devem entender os benefícios e participar de todos os passos do planejamento.
Só então partimos para a prática. Neste momento, um roteiro vai ajudar bastante.
Vale lembrar que o planejamento reduz as chances de erro, mas não impede que eles ocorram. Além disso, todos processos devem ser melhorados ao longo do tempo, a atualização é constante.
Agora é só praticar. Sucesso!
Jean Dunkl
@jeandunkl
CEO da CPD Consultoria e da Espacio de Color, mentor em Gestão Estratégica de Negócios, gestor da Impera e apresentador do podcast Pausa pro Insight