De maneira geral, quando nos referimos a algo que ocorreu há dois ou três anos não parece algo tão distante. Mas, quando pensamos especificamente nas mudanças do mercado e tudo o que aconteceu de 2019 pra cá, perdemos a referência do tempo.
Nas rodas de conversa um assunto recorrente é o cansaço, não apenas o físico, mas o mental. Passamos por momentos de expectativas e muita apreensão, muitas empresas precisaram se reinventar e empreendedores, das mais diversas áreas, perderam seu referencial, alguns deles começaram a questionar até mesmo o seu propósito, culminando em um misto de exaustão e frustração.
Neste período ficou nítida a fragilidade das empresas e seus modelos de negócios que, por mais estruturadas que sejam, sentiram os impactos das mudanças do mercado e consumidores nos últimos anos.
Novas demandas surgiram, os modelos de negócios precisaram se ajustar, muitas empresas deixaram de existir e a relação entre empresa e colaboradores mudou, e muito. Diante deste cenário, por necessidade ou oportunidade, empreendedores decidiram tirar suas ideias do papel.
A transformação digital é um grande protagonista destas mudanças, vinha em ritmo naturalmente acelerado e foi “turbinada” por tudo que já sabemos. Usar a tecnologia a favor dos negócios se tornou mais do que uma tendência, uma necessidade e, agora, urgência em áreas que antes poderiam ser secundárias.
Dos canais de atendimento às análises de dados, a implementação da tecnologia se tornou imperativa. É bem verdade que o avanço tecnológico coloca empresas de portes diversos no mesmo patamar, em igualdade de condições e o grande desafio será como, através dos recursos disponíveis, proporcionar a melhor experiência aos consumidores em um cenário de saturação digital.
Para um futuro próximo, três áreas da tecnologia merecem atenção.
A Tecnologia de Distribuição, que engloba a criptografia, o blockchain, os NFTs e possibilita o compartilhamento de informações, mensagens e acesso a dados por diversos usuários quase ao mesmo tempo, com um nível de segurança extremamente alto, imprimindo maior confiabilidade nas transações. Os mercados mais impactados por essa tecnologia devem ser o financeiro, logístico e serviços.
A Realidade Aumentada (AR) que parecia tão distante e inacessível, já pode ser encontrada em campanhas de varejo. Temos em Franca uma empresa que vem se destacando neste campo, desenvolvendo soluções para as áreas de alimentação, construção, livrarias e grandes redes varejistas. Mas, além de sua utilização na captação de clientes, demonstração de produtos e interação, esta tecnologia pode ser amplamente utilizada em treinamentos operacionais e tutoriais.
Ter dados confiáveis para a tomada de decisão sempre foi uma das maiores dores dos gestores e, através da tecnologia de Inteligência Artificial (AI), esta tarefa tem se tornado mais fácil. Compilar dados, definir comportamentos e aprender com eles são alguns dos benefícios desta tecnologia. São diversas as aplicações possíveis para esta tecnologia, desde melhorias nas interfaces com clientes e usuários internos em uma pequena empresa à gestão da cadeia de suprimentos de uma grande indústria.
Por mais avançado que possa parecer, é óbvio que estamos em fase de maturidade no que diz respeito ao avanço tecnológico e, ao passo que a adesão dessas tecnologias evolui, é natural que novas áreas e aplicações surjam, como a computação quântica por exemplo.
Jean Dunkl
@jeandunkl
CEO da CPD Consultoria e da Espacio de Color, mentor em Gestão Estratégica de Negócios, gestor da Impera e voluntário da Singularity University