Gestão à distância: como gerar resultados efetivos

A inovação vem se tornando, a cada dia mais, uma estratégia para a sobrevivência e, isso se deve ao fato de abranger, não apenas produtos e serviços, mas também os fluxos, processos, as formas de interação e comunicação entre as pessoas.

Por falar em pessoas, um dos maiores desafios é gerir as equipes distantes e de maneira remota, afinal cada colaborador está em seu espaço, com sua rotina e seus horários. Como conseguir contribuições significativas de pessoas que estão distantes?

Algumas tarefas como manter a equipe próxima e garantir uma comunicação eficaz para que ninguém perca o fio da meada se tornaram verdadeiro exercício de gestão aos líderes. Uma das primeiras lições que podemos tirar da gestão à distância é a necessidade de criar pequenos grupos de trabalho, formando uma rede de colaboração interativa. Sim, já percebemos que o resultado é potencializado ao criarmos uma rede com diversos grupos reduzidos.

Se, em um passado não muito distante, buscamos especialistas para formar equipes multidisciplinares, hoje o foco é encontrar pessoas que sejam especialistas em alguma área, mas com competência para formar equipes interdisciplinares. Nas equipes multidisciplinares existe um risco muito grande de desperdício de tempo, um dos recursos mais valiosos da atualidade. Isso, devido ao fato de criar um verdadeiro cabo de guerra entre os especialistas, cada um defendendo sua área. E, mesmo assim, ao final do projeto é comum encontrarmos alguém contrariado.

Enquanto isso, as equipes interdisciplinares têm como objetivo somar as áreas de conhecimento em busca das melhores soluções, em um ambiente em que todos se sentem pertencentes ao projeto, se engajam e atuam como donos, por terem suas responsabilidades percebidas. Existe uma grande diferença entre estar responsável e se sentir responsável por algo.

Seria o fim das equipes multidisciplinares? Sem extremismos, estou chamando a atenção para a necessidade de avaliar qual a melhor estratégia de equipe para cada caso, e isso vai interferir significativamente no resultado e viabilidade de seus projetos.

Independentemente de qualquer decisão, algumas atividades são fundamentais para o bom desempenho de qualquer equipe.

Cada um deve saber o seu lugar dentro do time. São especialidades, áreas e níveis diferentes e, se não houver uma organização clara, com metas e tarefas específicas para cada um dos membros, alguém pode se perder no caminho. Além do que, não custa evitar conflitos. É sempre bom também que os objetivos gerais do projeto, bem como as expectativas da empresa, líderes e pares, sejam muito claros para cada componente de seu time.

Ouvir as pessoas, em suas demandas coletivas e referentes ao trabalho, seus planos individuais e pessoais, pode fazer muita diferença na sua relação com a equipe. Não apenas ouvir, mas dar feedback e usar essa ferramenta como catalisadora motivacional e balizadora do desenvolvimento da equipe.

Foco no interesse coletivo, mas explorando o potencial individual. Cada membro tem papel importante no projeto e precisa saber disso. É considerável também fazer com que as opiniões individuais sejam ouvidas, avaliadas e se estiverem em linha com o contexto geral, aplicadas. Deixar de ouvir e avaliar vai prejudicar a possibilidade de surgimento de novas ideias. A identidade do grupo não pode suprimir o potencial criativo de cada indivíduo.

Jean Dunkl

@jeandunkl

CEO da CPD Consultoria, mentor em Gestão Estratégica de Negócios e gestor da Impera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca)