Curva de aprendizagem: as lições diante da adversidade

Ao passar por fases mais difíceis, como a pandemia que estamos vivendo há um ano, naturalmente o impacto inicial é ruim. O “X” da questão é: quanto tempo vai durar esse efeito na sua vida? Estamos falando de pessoas e cada uma tem seu tempo de absorção, seu tempo para aceitar, digerir e aprender com determinadas situações.

Mas aprender? Sim, aprender com a perda, com o erro e com qualquer situação adversa. Aliás, essa é uma das formas mais eficazes de aprendizagem ou você nunca ouviu a frase “é errando que se aprende”? Ela é até meio clichê, mas a sua essência é verdadeira. Alguém aí aprendeu a andar de bicicleta com aulas teóricas?

Em nossa carreira também nos desenvolvemos através de erros e acertos. É bem verdade que existe uma boa base teórica, mas são as situações cotidianas que nos dão as lições mais valiosas, as que levaremos para o resto de nossas vidas.

Em 1885, o psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus publicou estudos que descreviam a curva da aprendizagem sob a luz da psicologia experimental e, mais tarde, este estudo abrange a esfera da Economia. Em 1936, o capitão Theodore Wright fez uma relação entre produtividade e a produção acumulada, sugerindo que o tempo de produção de determinado produto era reduzido à medida que se produzia mais vezes. Ou seja, a cada ciclo, o aprendizado aumenta e isso nos leva a mais uma daquelas frases prontas e clichês, mas que fazem sentido: “a prática leva à perfeição”.

É muito comum ouvirmos pessoas reclamando em momentos difíceis, parecendo até que nada de positivo pode ser extraído destas situações e com a percepção de que tudo está perdido.

Vem aí a nossa primeira reflexão: se em seu ciclo de convivência você ouve apenas reclamações e problemas, você está no lugar errado. Saia imediatamente de sua zona de conforto e encontre novas companhias.

Não que o mundo deva ser como nesses “treinamentos show” dos profissionais super motivadores, vendedores de sonhos que te enchem de “groselha” a custo de whisky 21 anos, mas ser o muro das lamentações também, não dá!

Temos sim, que pensar positivo e tirar algo de aprendizado em tudo. A pandemia do novo coronavírus, por exemplo, levou muitas pessoas a terem mais tempo ocioso. Alguns aproveitaram para aprender uma nova atividade, desenvolver um bom hábito, atualizar seus currículos ou aprender um novo esporte. Outros estão há exatos 12 meses esperando alguma coisa acontecer. Quando isso tudo acabar já sabemos quem vai ter mais “sorte” na vida.

O impacto vai acontecer de qualquer maneira, seja em sua carreira ou em sua vida pessoal, cabe a você decidir se vai ser positivo ou negativo. Passar por momentos adversos requer alguns comportamentos e habilidades.

Inteligência emocional para lidar com as informações, digerir rapidamente e traçar a melhor estratégia para continuar sua jornada.

Discernimento e foco para filtrar as informações e suas fontes. Somos bombardeados por todos os lados e são diversos os canais de comunicação ao nosso redor. Muitas vezes, a mesma informação tem sentidos divergentes, dependendo da forma que é apresentada. Saiba distinguir o que você precisa saber do que querem te contar.

Atitude: com as informações recebidas, filtradas e a estratégia definida é hora de agir e, dependendo do universo em que você estiver inserido, ter atitude pode soar estranho. Fique pronto para receber as críticas, que não serão poucas.

Disciplina e perseverança devem te ajudar a encontrar novas soluções e, principalmente, a não desistir de seus objetivos.

Jean Dunkl

@jeandunkl

CEO da CPD Consultoria, consultor especialista em Gestão Estratégica de Negócios e gestor da Impera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca)