Falamos em outro texto sobre o mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), conceito que, apesar de se tornar mais popular no mundo dos negócios recentemente, vem das escolas militares dos anos 1980.
Por volta de 2018 surge o termo BANI, em português FANI (Frágil, Ansioso, Não Linear e Incompreensível) e, nem preciso dizer, que a Covid-19 foi um catalizador para que esse termo se consolidasse.
Para muitos, esses termos podem não ser tão fáceis de relacionar com a nossa realidade, sendo assim proponho irmos para a prática.
A fragilidade nos cerca diariamente em diversas atividades. Um passo em falso pode significar o fim de uma empresa, um software mal utilizado pode gerar um prejuízo considerável. Quantos casos acompanhamos em que, de um dia para outro, as ações de uma empresa sofreram desvalorização em função de um passo errado em comunicação ou gestão de pessoas, por exemplo. O que teoricamente dependia apenas da gestão administrativa financeira, agora sofre influência de todos os setores da empresa.
A necessidade de decisões mais rápidas e assertivas, em condições desfavoráveis, aumenta o risco de erro e, como já vimos, errar pode ser fatal. Com a insegurança, consequentemente vem o aumento dos casos de ansiedade: é como estar pilotando um carro de Fórmula 1 a 400 quilômetros p/ hora o tempo inteiro, sete dias por semana. No começo pode até parecer bom, mas com o tempo a fadiga chega.
Usando ainda o exemplo da Fórmula 1, além da alta velocidade e risco iminente, existem diversas outras variáveis. O circuito muda sem aviso prévio e, onde tinha uma reta, surge uma curva com algumas pedras, aparecem outros corredores (seus concorrentes diretos e indiretos), que correm em pistas paralelas que às vezes você nem conhece. Justo? Talvez não, mas é a realidade. Novas regras, novos players, novos obstáculos, enfim, não existe mais linearidade.
Você não consegue lidar com coisas que não sabe como funcionam? Com o avanço tecnológico esse será seu maior desconforto, pois é humanamente impossível entender de tudo, das injeções eletrônicas aos carros autônomos, dos Data Centers ao mapeamento da inteligência artificial e seus algoritmos ou ainda dos sistemas autônomos de irrigação de plantio à impressão de alimentos.
Será importante aprender a confiar na tecnologia, entender onde melhor aplicar e, talvez o mais importante, seja ter caminho direto com os especialistas em cada área. Teremos que aprender a lidar com a incompreensão em seu sentido mais amplo.
Como vimos, somos ainda mais desafiados no exercício de nossa atividades e algumas práticas serão cada vez mais importantes daqui para frente.
Tenha com quem dividir o fardo. É importante contar com alguém para compartilhar, não apenas os anseios, as angústias, os dias bons e os nem tão bons assim, as ideias e paranoias, mas também as conquistas e vitórias, para te ajudar a manter a sanidade. Claro que, além disso, um bom terapeuta vai colaborar. Alerta vermelho para quem se sente sem foco, desmotivado, perdido e deprimido – nesse caso, já passou da hora de pedir ajuda.
Radar ligado! No caos as oportunidades aparecem e cabe a você estar pronto para elas. Siga sua intuição. Fale a verdade e tenha retidão em suas ações. Estar exposto não é mais uma questão de escolha.
Jean Dunkl
CEO da CPD Consultoria, consultor especialista em Gestão Estratégica de Negócios, gestor da Impera
(Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca)
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[…] O que precisamos saber sobre o mundo FANI – DUNKL, Jean, 19 de fevereiro de 2021 […]
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