Quando falamos em Gestão 4.0, muitas pessoas imaginam que se trata de tecnologia pura, aplicada às indústrias. No entanto, como já vimos nos artigos anteriores, esta gestão se aplica a todo tipo de negócio, independentemente do segmento. O que importa mesmo é o grau de maturidade da empresa e sua permeabilidade para novos processos. Estamos falando de como criar produtos e serviços que atendam, não apenas os clientes atuais, mas os clientes do futuro.
Conceitualmente, a Gestão 4.0 é inspirada na Quarta Revolução Industrial, pois as indústrias, em sua maioria, foram as primeiras a automatizarem seus processos, com inovações que se convergem, sejam elas físicas, digitais e até mesmo as biológicas, afinal, estamos avançando exponencialmente neste tema. Um dado importante é que pesquisas indicam que empresas que adotam a transformação digital são 26% mais lucrativas.
Mas em que um gestor 4.0 precisa ficar de olho?
Se de um lado o mercado busca humanização das entregas, através da personalização e customização dos produtos e serviços, de outro lado os gestores precisam encontrar formas de garantir esta entrega, conceitualmente artesanal, em escala com baixo custo, rentabilidade e prazos curtos. É industrializar o artesanal, quase uma utopia e, por isso, este modelo de gestão não é para qualquer um.
Um dos pontos de apoio do gestor neste desafio é a integração dos setores da empresa, e sua importância se deve à possibilidade de maiores controles de padrão, custos e prazos.
Outro ponto, que pode fazer a diferença, é a desburocratização dos processos que, quanto mais automatizados e digitais, mais rápidos. E aí sim, a tecnologia deve ser empregada com toda a energia possível, garantindo ciclos mais rápidos, precisos e efetivos, com maior possibilidade de monitoramento. E isso significa mitigar erros e ganhar em produtividade e custos.
Processos automatizados permitem ao gestor 4.0 ter mais tempo para cuidar de seus clientes, sejam eles internos (colaboradores diretos e indiretos) ou externos. O gestor passa a ter um papel muito mais de facilitador – onde liderar se torna a arte de traduzir as demandas do mercado – para que a empresa, através de seus processos, garanta uma entrega de experiência de consumo inesquecível. A responsabilidade do gestor em ser o elo entre mercado, equipes e empresa é cada vez maior, por isso a necessidade de explorar ao máximo os recursos tecnológicos.
Portanto, sempre ressalto que a capacidade de absorção à inovação está diretamente ligada ao sucesso da implantação deste modelo de gestão. Envolve muito mais que um conceito de gestão, uma cultura. Seu resultado impacta diretamente na entrega, relacionamento, produtividade e custos. Mais além, provoca evolução em descentralização do comando e agilidade na tomada de decisões. Quem ganha com isso é o mercado.
Jean Dunkl
@jeandunkl
CEO da CPD Consultoria, consultor especialista em Gestão Estratégica de Negócios e gestor da Impera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca)