Em novembro, o eleitor brasileiro irá mais uma vez exercer a sua missão de cidadão e cidadã nas eleições municipais, escolhendo prefeitos (as), vices e vereadores (as), das respectivas prefeituras e câmaras municipais. Diante da escolha para esses cargos eletivos são oportunas as reflexões sobre pontos e orientações aos candidatos e aos eleitores.
O Brasil experimenta um cenário econômico, social, político, ambiental e sanitário delicado e complexo, com avanços, mas também com muitas precariedades e desafios, que exige responsabilidade, consenso, solidariedade e cuidado comuns. A realidade pode gerar dúvidas, desencanto e decepções.
Mas não podemos abdicar da prática política, pois ela é essencial em nossa vida, tem a finalidade de cuidar das coisas públicas, de garantir o bem comum da sociedade, promover a justiça, o bem estar e a paz; “é uma das formas mais altas da caridade” (Papa Francisco).
As eleições municipais, mais próximas dos eleitores, relacionadas com os problemas do nosso dia-a-dia, como a educação, a saúde, a segurança, o trabalho, o transporte, a moradia, o saneamento básico, a ecologia, o melhoramento das ruas e praças, a limpeza da cidade e o lazer, são ocasiões e possibilidades de caminhos melhores. Só iremos mudar o Brasil, começando pelos nossos municípios.
Dos candidatos aos cargos aos cargos eletivos esperamos um compromisso com o bem público, com as necessidades de nossas cidades, com os eleitores e a população em geral. Daí a necessidade de uma campanha transparente, limpa e sincera, dentro dos preceitos da Lei, que expõe com clareza as propostas de administração; que educa os eleitores e tem um programa coerente; incentiva o estudo e o debate das soluções políticas para os municípios; que evita a corrupção eleitoral. Alguns compromissos básicos: a defesa da vida como dom inviolável; a defesa da família; o compromisso e conduta ética com as políticas públicas; o direito à educação com qualidade para todos; o compromisso com a formação religiosa e moral, com a saúde, com o transporte e o trabalho digno para todos; a solidariedade com os mais pobres; a posição contrária à corrupção eleitoral; o envolvimento com os problemas da cidade; a defesa do meio ambiente.
Que cada eleitor exerça o direito e o dever do voto com consciência, liberdade, conhecimento do candidato, compromisso, dignidade, seriedade e responsabilidade. Sua decisão tem implicações para a vida do povo e para o futuro. É preciso saber escolher bem, respeitar o voto e a escolha de cada um, sem criar divisões e inimizades.
“Com razão, podemos pensar em recolocar o futuro destino da humanidade nas mãos daqueles que são capazes de transmitir às futuras gerações os motivos de viver e de esperar” (GS, 31).
Dom paulo Roberto Beloto
Bispo de Franca