Quais são os motivos que nos levam a desejar pertencer a algum grupo ou instituição? O ser humano é por natureza gregário, social. Para, Ana Lúcia Amaral, Procuradora Regional da República, “pertencimento, ou o sentimento de pertencimento é a crença subjetiva numa origem comum que une distintos indivíduos. Os indivíduos pensam em si mesmos como membros de uma coletividade na qual símbolos expressam valores, medos e aspirações. Esse sentimento pode fazer destacar características culturais e raciais. Há uma comunidade de sentido, partilha de valores, de costumes, da memória comum, na qual se cria uma “comunidade de sentido”, independentemente de laços sanguíneos. Há um “sentimento de pertencimento e essa sensação significa que precisamos nos sentir como pertencentes a tal lugar e ao mesmo tempo sentir que esse tal lugar nos pertence, e que assim acreditamos que podemos interferir e, mais do que tudo, que vale a pena interferir na rotina e nos rumos desse tal lugar”. Com o sentimento de pertencimento passa-se a desenvolver o posicionamento, que é o “ato ou efeito de posicionar”, de se expor, de revelar os valores, os propósitos, as metas e as missões. Quando há o posicionamento surge também a marca da diferença e, quanto mais raro e diferenciado ela for, maior valor pode gerar. O pertencimento gera segurança, status e conexão, logo, proporciona experiências que podem mudar os estados emocionais. Frases como: “Juntos somos mais fortes e vamos mais longe”, “juntos somos fortes, unidos somos imbatíveis”, “se sozinhos podemos ser fortes, unidos seremos inquebrantáveis” e “juntos somos mais fortes, unidos somos os melhores”, estão diretamente ligadas ao pertencimento e posicionamento. A reflexão proposta neste artigo é de também a te motivar a criar o círculo dourado apresentado por Simon Sinek. Crie três círculos. Um dentro do outro. O primeiro e interno é o “por quê?”, depois o “como?” e por fim “o que?” Os por quês nos levam a refletir sobre as causas, as crenças e os motivos de existência. Para tanto é necessário comunicar-se de forma diferente, partir do “por quê?” para só depois chegar no “o quê”. Uma comunicação de dentro para fora uma vez que as pessoas tendem a aderir aquilo que é respondido pelo “por quê?” e não pelo “como?” ou pelo “o que?” Desta forma o pertencimento é criado pelas crenças, pelas respostas dos “por quês?” Sendo assim, se você não se sente pertencente ao grupo, a instituição, a empresa, ao clube, é possível que as repostas dos “por quês?” não estão alinhadas e que não há conexão entre os “por quês?”. Isso refletirá necessariamente nos resultados que são pífios ou pouco relevantes. Com isso, quero desafiar você leitor a fazer o seu círculo dourado e responder para você e para os outros essas três perguntas e, no final, veja se alguém sente a sua falta caso você não mais apareça. Se a ausência for sentida é porque você pertencia, caso contrário, era só mais um no meio de muitos!
Acir de Matos Gomes
Advogado e vice-presidente da subseção da OAB-Franca