Qual é a resposta certa? Não é simples dar a resposta certa! A resposta certa depende de vários fatores e, principalmente, do contexto. Em tempos de fake News, saber o que é fato e o que a falso exige muita reflexão. É necessário conhecimento retórico para saber o que te convence e persuade, afinal, a todo momento somos chamados a tomar partidos e decisões. Não adiante ficar em silêncio, pois esse também é tido como resposta. Não é por menos que temos o ditado popular: “quem cala consente”. O silêncio pode ser entendido como aceitação. Estou lendo o Livro a Ilusão de Ícaro, do autor Seth Godin. O Autor traz a seguinte reflexão. “A busca pela resposta certa é a inimiga da arte. A resposta certa pertence aos industriais com a mente voltada para a produtividade, para Taylor e para os seguidores da Administração Científica. Ícaro foi avisado para não voar muito alto nem muito baixo. Mas qual é a altitude correta? Onde está o mapa, onde está o meio seguro? A arte não tem uma resposta certa. O melhor que podemos esperar é uma resposta interessante”. Em retórica a resposta certa para o orador está em escolher os meios persuasivos para atender as expectativas do seu auditório. É necessário mover pela razão e pela paixão. Por isso a retórica trabalha com o verossímil e é amoral, pois, ao analisar as ações desenvolvidas pelo auditório, as questões da moralidade e da verdade são analisadas num plano secundário. Importa saber o que foi capaz de convencer e persuadir, de gerar adesão à tese defendida. No referido livro o autor ensina que: “As organizações bem-sucedidas perceberam que não estão mais no negócio de criar slogans, fazer anúncios atrativos e otimizar suas cadeias de suprimentos para reduzir os custos. O que importa agora: Confiança; Permissão; Notoriedade; Liderança; Histórias que se espalham; Caráter humano: conexão, compaixão e humildade”. Exige uma conexão, uma troca que já não cabe totalmente a nós; é uma parceria, não um anúncio. Quando abrimos mão do controle em prol do resultado de nossas interações, permitimos que os outros se conectem a nós e vice-versa”. Finalizo com a pergunta: “Quanta responsabilidade você está disposto a assumir antes de ela ser delegada a você?”
Acir de Matos Gomes
Advogado e vice-presidente da subseção da OAB-Franca