No interior de São Paulo, cidades como Franca, Ribeirão Preto e Sertãozinho estão descobrindo que investir em energia limpa pode ser uma boa saída para dois desafios bem conhecidos: economizar nos gastos públicos e reduzir o impacto ambiental das suas atividades.
Em Franca, por exemplo, a Câmara Municipal decidiu instalar um sistema de energia fotovoltaica no prédio da instituição. A proposta, anunciada em abril deste ano, é simples e direta: cortar até 95% dos gastos com a conta de luz. O projeto foi divulgado no portal oficial da Câmara e deve transformar a sede legislativa em um exemplo de consumo consciente e eficiente.
Enquanto isso, Ribeirão Preto também avança em direção a um modelo mais sustentável. A cidade já aparece entre os 20 municípios paulistas com maior geração de energia solar distribuída, com mais de 52 megawatts (MW) de potência instalada.
Os dados fazem parte de um relatório divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), em fevereiro de 2024. Só no último ano a cidade aumentou em 28% sua capacidade instalada – um número que chama a atenção e mostra quanto o setor tem crescido por lá.
Em Sertãozinho, a transição para fontes limpas não é exatamente uma novidade. Tradicionalmente ligada à produção de etanol e à geração de energia a partir da biomassa da cana-de-açúcar, a cidade agora também está apostando nos sistemas solares.
Segundo levantamento da consultoria Greener, o custo médio para instalação de painéis caiu 17% no país entre 2020 e 2024, tornando essa opção mais viável para empresas e pequenos produtores.
Os números reforçam uma tendência que vem ganhando força em todo o estado. De acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, o estado é hoje o líder nacional na geração de energia solar, com mais de 2,7 GW de potência instalada. A informação, divulgada em janeiro de 2024, foi obtida a partir de dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da própria ABSOLAR.
Mas nem só grandes obras estão mudando a cara da energia no interior paulista. Uma alternativa que vem crescendo, especialmente entre pequenos consumidores e empreendedores, é a energia solar por assinatura.
Até mesmo as estradas do estado estão entrando nessa onda. Segundo levantamento feito pelo site Estradão, em parceria com concessionárias paulistas, já existem mais de 13 mil pontos de infraestrutura rodoviária, como postes de sinalização, câmeras e bases de apoio, abastecidos por energia solar. É um movimento que mostra como a sustentabilidade começa a fazer parte da rotina, ainda que de forma silenciosa.