Antes de tudo, é oportuno que se traduza Dendroclasta: “pessoa que não preserva árvores, derruba árvores e não se preocupa com sua preservação”. Isto define o comportamento de quem deveria por força do cargo ainda que temporário, a função pública com o dever de zelar, preservar e manter a arborização nas ruas, avenidas, até praças, jardins, canteiros e espaços de lazer, recreação ou caminhadas de pessoas e de animais domésticos, como forma de manter o equilíbrio ambiental, cuidar da natureza.
Como se sabe também que ‘uma imagem vale por mil palavras’ logo se vê que o prefeito de Franca, ao completar 1075 dias de seu segundo mandato intercalado de quatro anos, restando pouco mais de 380 dias para deixar a função – onde se espera a vontade da maioria dos francanos em condição de impedir reeleição nociva e inócua à procura de um futuro melhor, comete mais um crime ambiental ao permitir o corte de árvores centenárias, frondosas e aconchegantes ao ‘habitat’ urbano.
A imagem enviada ao jornal VERDADE na manhã de segunda-feira última, nos traz o triste cenário de uma rotatória de avenidas na área do Distrito Industrial onde o tronco de uma grande árvore é a prova cabal do ato de ‘dendroclastismo’ que exigirá ainda a intervenção do Ministério Público e sua vertente de proteção urbanística e ambiental, dada a agressão à paisagem com a derrubada desse exemplar que demorou décadas para ter a imagem e o conteúdo de um bem intocável da Natureza.
E justo neste dia 13 de dezembro que se venera a mártir que teve seus olhos arrancados cruelmente, Santa Luzia é celebrada por católicos, normalmente representada com uma imagem sacra bastante curiosa, da jovem bonita de bochechas coradas, carregando uma folha de palmeira — item que representaria a imortalidade — e uma bandeja dourada. Dentro, está o que soa mais inusitado: um par de olhos…
E aqui nos deparamos com essa visão inaceitável de um crime ambiental cruel, praticado com o beneplácito de quem não respeita e nem valoriza a qualidade de vida para a população, quando podemos comparar que há alguns anos foi construída uma interligação das avenidas Champagnat e Doutor Alonso onde NENHUMA árvore foi sacrificada, preservando na paisagem hoje de proveito reconhecido como necessária intervenção paisagística e viária. Opostos que marcam a identificação de um gestor e uma equipe preocupada com o meio ambiente e qualidade de vida protegida com os dotes naturais de arborização centenária.
À comissão de meio ambiente da Câmara é pertinente questionar e denunciar o crime ambiental nesse corte criminoso de árvores, mesmo que o Legislativo esteja em pleno gozo de férias, impõe-se a medida urgente, para evitar que derrubada de outras árvores aconteça, não só na rotatória de acesso às avenidas do Distrito Industrial, mas em toda a área de Franca, onde muito se propaga de ‘obras’ e quase nada de respeito e preservação de árvores frondosas. Vamos aguardar e que isso não fique esquecido…