Com a chegada da melhor idade, a partir dos 60 anos, a pessoa já é considerada idosa. Nessa fase, é comum o aparecimento de doenças crônicas e perda cognitiva progressiva, tornando frequente a automedicação, o que exige atenção, cuidado e organização dos medicamentos para o uso seguro.
Nem sempre o paciente possui habilidade para gerenciar a farmacoterapia prescrita, sozinho. Esquecer, tomar a dose mais de uma vez, trocá-la por outro medicamento, são erros comuns entre os idosos que fazem uso diário de medicamentos. Esses erros
podem gerar riscos à saúde, atrapalhar o tratamento do paciente e dificultar o controle de doenças crônicas. Quando associado às medicações de uso diário com automedicação os riscos aumentam muito.
Algumas ferramentas podem ajudar no gerenciamento e organização da ingestão de remédios: aplicativos de celular, alarmes, tabelas coladas em local visível, etiquetas nas embalagens e caixas organizadoras, podem ser utilizadas até o paciente encontrar a alternativa que melhor atenda a rotina diária. Não se recomenda retirar os medicamentos da embalagem original e da cartela, para não o confundir ou, expor o medicamento a condições que possam comprometer a qualidade.
Embora 35% dos remédios adquiridos no Brasil sejam feitos através de automedicação, não é aconselhável que o idoso utilize medicamentos sem orientação, pois com o avanço daidade, situações de debilidade física e cognitiva, além das doenças crônicas
que surgem de forma progressiva, torna arriscado ingerirem a dose sozinha, mesmo quando prescritos.
Alguns medicamentos como a insulina, uma medicação injetável, possui cuidados rigorosos para evitar riscos como hipoglicemia (queda abrupta da glicemia) que, em casos graves, o paciente pode perder a consciência. De acordo com a Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), através das estatísticas do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), 27% das intoxicações no Brasil, e 16% dos casos de morte por intoxicações são causados por medicamentos.
Além do automedicamento com uso de doses por receitas e indicações médicas, a farmacêutica ainda explica que existe a auto medicação sem prescrição, quando a pessoa, sem uma receita, compra e ingere os remédios a sua própria escolha. Essas situações ainda podem ser mais perigosas, pois o uso de outros medicamentos pode gerar alterações indesejadas e efeitos colaterais perigosos, por isso, os farmacêuticos têm conhecimento técnico para auxiliar o paciente em uma escolha segura, considerando seu quadro clínico.
O farmacêutico é um profissional de saúde que está inserido na comunidade, nas farmácias comerciais e públicas, e que pode ser consultado com facilidade. Eles oferecem serviços de acompanhamento dos pacientes e podem ajudar no processo de cuidado da
pessoa idosa, assim, diminuindo internações, agravos e óbitos.