A empresa aérea GOL, uma das maiores da América Latina, quer colocar Boeings 737, aviões com capacidade de até 130 passageiros, para operar com pousos e decolagens no aeroporto de Franca. A revelação é da própria companhia, cujos executivos receberam, nesta segunda-feira, 24, o vereador Daniel Bassi para tratar da retomada dos voos comerciais no aeroporto francano.
O vereador afirma que as coisas têm caminhado bem e que várias etapas do complexo processo de adequação do aeroporto local às grandes aeronaves já foram superadas e que o trabalho segue firme.
“Estive em reunião com o gestor de relações institucionais da GOL, Felippe Bandeira, e com o consultor de Planejamento e Estrutura da empresa, Matheus Motta, na sede da GOL, em São Paulo”, disse Daniel Bassi. A motivação da visita foi buscar informações sobre a retomada dos voos comerciais para Franca, uma demanda antiga da cidade e importante, dos pontos de vista de desenvolvimento regional e da economia.
Antes de ir falar com a GOL, Daniel Bassi esteve com o secretário de Governo de SP, Gilberto Kassab. “Ele me informou que a parte do Estado, que é a desoneração do ICMS sobre o combustível de aeronaves, está ok”, informou Bassi. O parlamentar afirma que também vem mantendo contato direto com a VOA, que é a concessionária responsável pela gestão do aeroporto “Tenente Lund Presotto”.
“Eles já fizeram investimentos milionários e seguem fazendo para que o aeroporto reúna todas as condições de receber aeronaves grandes para decolagens e pousos, como é o caso do Boeing 737 que a GOL quer colocar no nosso aeroporto”, explicou Daniel Bassi. “A gente tem que ouvir a todos e a parte que a gente ainda não tinha conversado diretamente era a GOL. E foi importante falar com os executivos da empresa, pois eles deram informações importantes para nossa cidade”, finaliza.
O que está impedindo?
A principal informação obtida pelo vereador é que a GOL quer cumprir com sua parte acordada quando da concessão de nosso aeroporto para a VOA, que é retomar os voos na cidade. Porém, é preciso atender todos os requisitos. “O principal é que o aeroporto de Franca tem que passar do grau dois para o três, o que está sendo providenciado pela VOA. Isso porque é o nível exigido pelos aviões Boeings 737, com capacidade para 130 passageiros, ou seja, de grande porte”, justificou Bassi.
Segundo a empresa GOL, a nossa pista do aeroporto de Franca está apta, assim como o entorno, galpões e o espaço destinado aos passageiros. “Tem três esteiras para malas, está tudo bem organizado, reformado, ar-condicionado central e tudo mais. Mas tem que atender a todas as exigências legais para colocarmos os nossos aviões para operar em Franca. E sinto que a VOA está fazendo sua parte, muito empenhada mesmo”, disse Matheus Motta.
Equipamentos
Um dos equipamentos exigidos para que Franca tenha um aeroporto dentro dos padrões exigidos é o chamado PAPI, que é um sistema de iluminação instalado ao lado da pista que indica aos pilotos em aproximação se estão na altitude correta para o pouso. “Essa é uma informação que nos deixa bastante tranquilos, pois a VOA já investiu R$ 1,5 milhão no nosso aeroporto e projeta investir, no total, mais de R$ 4 milhões. Inclusive o PAPI, segundo a VOA, está comprado e deve ser instalado até junho. Estão de fato bastante empenhados”, completou o vereador francano.
Tão logo todos os equipamentos estejam instalados, a liberação entrará na fase final, que é a inspeção da Força Aérea Brasileira e a liberação da ANAC para o retorno das operações e o início das vendas das passagens.
Franca-São Paulo
Sobre o trajeto dos aviões, a programação da GOL é fazer voos diários de Franca para Guarulhos e de Guarulhos para Franca. Os valores ainda não estão disponíveis, pois o início da venda das passagens só acontece após todas as etapas serem superadas.
“Os voos abrirão as janelas de Franca para o mundo. Daqui, poderemos fazer conexão no aeroporto internacional de Guarulhos e ir para qualquer parte do mundo, sem ter que passar horas na estrada para poder embarcar em um avião em Cumbica”, garantiu Daniel Bassi.
Em sua opinião, a retomada dos voos movimentará a economia, principalmente o setor de turismo, trazendo renda e desenvolvimento para Franca, reinserindo a cidade no mapa da aviação civil. “Seguimos trabalhando nessa causa, acompanhando, cobrando, sugerindo, para que tudo isso se torne realidade. Foi o trabalho que fizemos para trazer o Hospital Estadual de Franca, atualmente em construção, trabalho muito duro e complexo mas extremamente recompensador. Franca tem que ter soberania também em termos de aviação e não depender de São Paulo, Guarulhos, Campinas ou Ribeirão. Nossa população merece isso”, complementou Daniel Bassi.