Por Pedro Maia
Editor-chefe
O Ministério Público de São Paulo, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), ofereceu denúncia contra os investigados na Operação Castelo de Areia II, que apura os crimes de organização criminosa, usura, lavagem de capitais e, em alguns casos, corrupção. As transgressões eram praticadas em Franca e região.
De acordo com o MPSP, nesta quinta-feira, 12 de junho, o judiciário converteu em preventivas as prisões temporárias de 17 pessoas. Uma continua foragida.
Desencadeamento
A denúncia foi desencadeada após a segunda fase da operação, deflagrada no dia 3 de junho. Além dos 17 alvos da prisão, três mulheres que também eram investigadas tiveram aplicadas medidas cautelares diversas da prisão.
Questões processuais levaram à apresentação de duas denúncias, tendo em vista que, de acordo com a análise fática, embora se trate de uma só organização criminosa, os acusados se dividiam em dois núcleos.
Operação Castelo de Areia II
Fora as prisões, a Operação Castelo de Areia II cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em Franca e região. O GAECO do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a PM daquele Estado prestaram apoio à operação, realizando uma prisão na cidade de Pedro Leopoldo.
Durante investigações iniciadas no final do ano de 2022 apurou-se a existência de um grupo que emprestava dinheiro a juros exorbitantes, valendo-se de cobranças com emprego de violência ou grave ameaça contra as vítimas. Parte do lucro era reinserida no próprio negócio criminoso, enquanto outra parte era objeto de lavagem de dinheiro, mediante a utilização de empresas de fachada, bem como aquisição de veículos de luxos e imóveis.
Apurou-se, ainda, a participação de um ex-policial civil da cidade na prática dos delitos. Ele iniciou a sua participação no esquema criminoso enquanto ainda estava em exercício de suas funções. Os membros desta organização já foram julgados e condenados. Com o prosseguimento das investigações, foram identificados outros membros desta organização criminosa, os quais continuaram na ativa mesmo com as prisões mencionadas anteriormente. Parte desta organização criminosa atua em outros cidades da região, incluindo em Ribeirão Preto, onde um dos líderes do grupo criminoso residia.
Durante as investigações, ficou evidenciada a agressividade nas cobranças, recorrendo-se até mesmo a ameaça expressa de assassinatos. Nas conversas interceptadas por ordem judicial, os criminosos chegavam a dizer que persistiriam no esquema ilícito, mesmo após a prisão dos outros integrantes. Disseram ainda que nada os intimidaria.