A Campanha Maio Roxo é dedicada à conscientização das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). De 2022 até o início de 2025, o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) registrou mais de 84 milhões de procedimentos relacionados a essas condições no estado de São Paulo. O número expressivo reforça a importância de compreender o que são essas doenças e como elas afetam a saúde intestinal.
Segundo a especialista Bruna Lima Daher, diretora clínica e coloproctologista do Grupo Santa Casa de Franca, as DIIs afetam principalmente o intestino, provocando inflamações. “As principais Doenças Inflamatórias Intestinais são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Ambas possuem sintomas parecidos, como diarreia persistente, dores abdominais, sangue nas fezes, perda de peso e cansaço extremo”, explica.
Ainda não há uma causa única para o surgimento das DIIs. No entanto, fatores como predisposição genética, alterações no sistema imunológico, desequilíbrio da microbiota intestinal, alimentação inadequada e influência do ambiente estão entre os principais gatilhos. “O acompanhamento clínico, especialmente em pessoas com histórico familiar, é fundamental para prevenir e identificar essas doenças precocemente”, orienta a especialista.
Embora as DIIs afetem pessoas de todos os gêneros, os dados de 2025 apontam uma maior incidência entre as mulheres. Até fevereiro deste ano, os serviços ambulatoriais somaram mais de 17 milhões de atendimentos, sendo a maioria realizada em mulheres – cerca de 10 milhões, enquanto os homens responderam por aproximadamente 7 milhões. A explicação pode estar relacionada a aspectos hormonais, imunológicos e comportamentais. “O sistema imunológico feminino tende a ser mais reativo, o que favorece o desenvolvimento de doenças autoimunes. Além disso, hormônios como o estrogênio podem influenciar a inflamação intestinal”, acrescenta a médica. Diferenças na microbiota intestinal, aliadas à maior busca por atendimento, também ajudam a explicar o cenário.
“O tratamento das DIIs é individualizado e varia conforme a gravidade e evolução de cada caso”, salienta a Dra. Bruna. As opções incluem o uso de anti-inflamatórios, imunossupressores, medicamentos biológicos e, em situações mais graves, intervenções cirúrgicas.
O diagnóstico precoce continua sendo um dos principais aliados no controle da doença. “Esteja atento a mudanças no seu corpo que possam indicar problemas intestinais. Principalmente diarreia por mais de quatro semanas, dores ou cólicas abdominais frequentes, presença de sangue ou muco nas fezes, perda de peso não intencional e fadiga ou anemia. Caso apresente algum desses sintomas, procure um especialista”, conclui a coloproctologista.
Sobre o Grupo Santa Casa de Franca
O Grupo Santa Casa de Franca, referência regional de urgência e emergência em média e alta complexidade, envolve três unidades hospitalares: Hospital Geral, Hospital do Câncer (Unidade Oncológica), Hospital do Coração (Unidade Coronariana), além de um Centro de Reabilitação com atendimento multidisciplinar.
A entidade também atua como OSS (Organização Social de Saúde) e administra os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) das cidades de Franca, Taquaritinga, Casa Branca, Campinas, Vale do Jurumirim, São Carlos e Ribeirão Preto.
Sendo a única instituição de referência terciária do SUS em toda a região, atende a 22 municípios do DRS-VIII (Departamento Regional de Saúde), incluindo Franca – o que abrange uma população estimada em mais de 700 mil habitantes.