Por Pedro Maia
Editor-chefe
Três empresas da região de Franca foram incluídas na ‘Lista Suja’ do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sendo duas em Patrocínio Paulista e uma em Pedregulho. A atualização é feita por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho, que publicou o Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão.
Em Patrocínio Paulista, foram mencionadas a Fazenda Regina e a empresa Felício Veronez Neto e outro, também na zona rural. Na primeira, a ação fiscal foi realizada em 2022, com 16 trabalhadores envolvidos. Na segunda, a ação se deu em 2023, com 17 funcionários. Já em Pedregulho, o trabalho considerado análogo à escravidão ocorreu na Fazenda Nossa Senhora das Graças, com 56 colaboradores.
Minas Gerais
Em Araxá-MG, há 172 km de Franca, a Fazenda São Miguel entrou para a lista com 15 trabalhadores envolvidos. Ainda na Zona Rural, a Carvoaria, com três funcionários. Na Fazenda Santa Paula, em Delfinópolis-MG, há 93km, 25 colaboradores foram contabilizados.
Números gerais
Nesta atualização, 155 empregadores foram incluídos no Cadastro. Desses, 18 foram inseridos em razão da comprovação de trabalho análogo à escravidão em atividades domésticas. As atividades com maior número de inclusões nesta edição foram: criação de bovinos (21); cultivo de café (20); trabalho doméstico (18); produção de carvão vegetal (10); e extração de minerais diversos (7).
Vale lembrar que, depois que o nome do empregador é incluído no Cadastro, ele permanece publicado por dois anos, conforme o art. 3ª da Portaria Interministerial que regula a lista. Por isso, no dia 4 de abril de 2025, o MTE retirou 120 nomes que já haviam completado esse prazo. A atualização do cadastro é feita a cada seis meses — a última foi em outubro de 2024 — e tem como objetivo dar transparência às ações de combate ao trabalho escravo realizadas por auditores-fiscais do Trabalho do MTE. Essas operações podem contar com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Defensoria Pública da União (DPU) e outras forças de segurança.