Por Pedro Maia
Editor-chefe
Neste sábado, 22 de março, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Franca e Região (Sindserv) realizou uma assembleia em sua sede a fim de discutir o reajuste salarial proposto pela Prefeitura de Franca. O projeto vai na contramão do que foi pedido pelo Sindserv, apresentado ao Poder Executivo em reunião na última sexta-feira, 21, levando os servidores a recusarem a proposta e declararem estado de greve – fase de planejamento para a ocorrência de uma greve.
“Depois de bastante discussão, de orientação, tiramos todas as dúvidas. A partir de segunda-feira, nós vamos notificar todos os órgãos e vamos entrar em estado de greve com a adesão dos servidores. Nós tivemos a presença de mais de 150 servidores, que vão estar nos ajudando a informar a todos os outros. Vamos estar trabalhando, vamos estar notificando, vamos estar com adesivos, colocando cartazes em todos os órgãos da Prefeitura”, afirma Luis Fernando Nascimento, presidente do Sindserv.
Entenda
Solicitado em caráter de urgência, o prefeito Alexandre Ferreira enviou à Câmara Municipal, nesta semana, o Projeto de Lei Ordinária N°28/2025 que concede aumento inflacionário de 4,87%, a manutenção do Auxílio Alimentação, representado pelo Cartão Alimentação no valor de R$ 1.036 e o abono escolar para 2026 no valor de R$ 386,04.
O sindicato, por sua vez, reivindica um reajuste de 9% nos salários, Auxílio Alimentação de R$ 1.340 e a criação de um auxílio refeição no valor de R$ 15,00 diários. “Essa é a nossa reivindicação da parte financeira que vem para esta Casa, e nós estamos pedindo que não votem o Projeto, esperem a negociação para que possamos ter alguma alteração por parte da Prefeitura”, disse Luis Fernando durante a 11ª Sessão Ordinária da Casa de Leis.
Acordo ou greve
Luis Fernando destacou que vão aguardar o tempo determinado pela lei da greve, cumprindo todos os ritos e aguardando a posição da Prefeitura. Ele espera que o Sindicato seja chamado para uma nova reunião em busca de um acordo, mas caso não aconteça, a greve será decretada. São mais de 5,3 mil servidores em atividade.
“Vamos estar fazendo realmente a paralisação nos setores da prefeitura. Isso é decorrente da prefeitura dar 0% de aumento [real]. Ela está somente cumprindo a lei da Constituição, o artigo 36, que seria a reposição da inflação para o reajuste dos servidores, para 5% no cartão alimentação, 5% no abono escolar. 0% no cartão-refeição que nós pedimos para implantar e manter as abonadas que já temos há vários anos, mas financeiramente não colaborou com nada”, disse Luis Fernando. Segundo ele, a Prefeitura alega que as despesas estão em 95%, mas que o gasto com os servidores está em 42%. “Podemos chegar até 51.30%, as despesas. Então, se prefeitura der 2%, 3%, ela não estaria atingindo 46%”, pondera.
Nascimento critica ainda a desvalorização da Prefeitura de Franca com relação aos seus trabalhadores: “tem margem, tem verba, tem dinheiro, é só alocar e optar em fazer a colaboração com todos os servidores. Essa prefeitura precisa olhar com bons olhos os trabalhadores para que possamos estar sendo mais valorizados”.
Câmara Municipal
Mesmo sem chegarem a um acordo, o Projeto de Lei Ordinária está na pauta para ser votado na próxima terça-feira, 25, na Câmara Municipal de Franca.