Por Maysa Kaluf
VerdadePets
O mês de janeiro é marcado pela campanha Janeiro Branco, que propõe a reflexão sobre a saúde mental e emocional. Tradicionalmente voltada aos seres humanos, a iniciativa também nos permite abordar um tema muitas vezes negligenciado: a saúde emocional dos animais.
Assim como nós, os animais podem sofrer com doenças emocionais como depressão e ansiedade. Isso é particularmente evidente em pets que passam por situações de abandono, maus-tratos ou alterações bruscas no ambiente. Animais domésticos, que desenvolvem vínculos profundos com seus tutores, são especialmente vulneráveis a essas condições quando submetidos a mudanças repentinas, solidão ou falta de estímulos adequados.
Sintomas e Diagnóstico
Identificar transtornos emocionais em animais não é uma tarefa simples, mas existem sinais que merecem atenção. Cães e gatos, por exemplo, podem manifestar apatia, perda de apetite, automutilação, agressividade ou comportamentos repetitivos como lamber as patas incessantemente. Assim como nos humanos, é crucial que esses sinais não sejam ignorados. A avaliação de um médico veterinário comportamentalista é essencial para um diagnóstico preciso.
Causas e Prevenção
Mudanças no ambiente familiar, como a chegada de um novo membro, a ausência prolongada do tutor ou até a perda de um companheiro animal, podem desencadear quadros emocionais. Além disso, animais mantidos em confinamento extremo, sem atividades físicas ou interação, têm maior propensão a desenvolver problemas psicológicos.
A prevenção passa pela oferta de um ambiente enriquecido, que inclua estímulos físicos e mentais, além de momentos de convivência e carinho. Garantir o bem-estar animal é também respeitar suas necessidades emocionais e sociais.
O Impacto Legal
Como advogada e especialista em Direito Animal, ressalto que a negligência em oferecer condições adequadas de vida pode configurar maus-tratos, com implicações legais. A Lei 9.605/1998, em seu artigo 32, tipifica como crime qualquer ato de abuso ou crueldade contra animais, e isso inclui ignorar suas necessidades emocionais.
Janeiro Branco na Perspectiva Animalista
Ao ampliarmos o escopo do Janeiro Branco, reconhecemos que os animais também têm suas próprias batalhas emocionais. Além de ser uma questão ética, cuidar da saúde mental dos animais reflete diretamente na qualidade do vínculo entre tutor e pet.
É nosso dever, como sociedade, promover uma convivência mais harmoniosa, pautada pelo respeito às necessidades físicas, emocionais e sociais dos animais. Falar sobre depressão, ansiedade e outras condições emocionais nos animais não é apenas um ato de empatia, mas também uma forma de reafirmar nosso compromisso com a causa animal.
Que este Janeiro Branco nos inspire a cuidar não só da nossa saúde mental, mas também da saúde emocional daqueles que tanto dependem de nós. Afinal, o amor e o cuidado devem ser universais.