A mídia esportiva como um todo foi acometida com tristes notícias na manhã desta quinta-feira, 16 de maio. Na quarta-feira, 15, à noite, faleceu o locutor esportivo da Rádio Tupi Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho, aos 67 anos. No outro dia, falecem Antero Greco, 69 – que durante anos fazia um programa de esportes na ESPN ao lado de Paulo Soares (o Amigão da Galera) – e Silvio Luiz, aos 89, conhecido por seus incríveis bordões utilizados nas transmissões futebolísticas. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) emitiu nota de pesar. Conheça, a seguir, um pouco da história de cada um:
Washington Rodrigues, o Apolinho
Washington Rodrigues entrou para a história da comunicação com seus comentários nas Rádios Nacional, Globo e Tupi. Ele também era apaixonado pelo Flamengo. Em 1995, Apolinho treinou o clube carioca.
Na ocasião, foi vice-campeão da Supercopa da Libertadores. Três anos depois, voltou ao clube no cargo de diretor técnico. O jornalista costumava se referir ao episódio como uma “convocação”. Meses depois voltaria de forma definitiva aos microfones na Super Rádio Tupi.
Ele morreu no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, no Rio. O jornalista tratava um câncer. Apolinho morreu na hora que o Flamengo, uma das suas paixões, jogava no Maracanã. O time da Gávea goleou o Bolívar, por 4 a 0, pela Libertadores.
“A CBF lamenta a morte de uma das maiores lendas da comunicação brasileira. Neste momento de dor, a CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs pela partida deste grande jornalista e apaixonado pelo futebol”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que está em Bangkok, na Tailândia, participando do Congresso da Fifa.
Washington Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, no dia 1º de setembro de 1936. Na juventude, enquanto era bancário, jogava futebol de salão e, ainda de forma amadora, enviava boletins sobre a modalidade para a Rádio Guanabara, que o contrataria em um futuro não tão distante.
O apelido Apolinho, num primeiro momento, foi dado para o seu microfone pelo locutor Celso Garcia, em alusão aos equipamentos usados pelos astronautas da missão Apollo 11. Logo, o também lendário Waldir Amaral seguiu usando o termo. Não demorou para todos transferirem o apelido do microfone para Washington Rodrigues.
Irreverente e criativo, Apolinho não demorou para se notabilizar como um dos principais repórteres do rádio brasileiro. Trabalhou nas principais emissoras do Rio de Janeiro e fez parte de formações históricas.
Apolinho deixa três filhos, sete netos e uma legião de fãs.
Antero Greco
Um dos maiores jornalistas de sua geração, dono de um estilo próprio em que misturava bom humor, senso crítico e acima de tudo lealdade, Antero Greco faleceu nesta quinta-feira (16), aos 69 anos, vítima de um tumor no cérebro. Ele estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, havia meses para tratar da doença.
Estadão e ESPN
Antero sobressaiu na mídia impressa e na TV. Trabalhou por mais de quatro décadas no Jornal O Estado de S. Paulo e por vários anos no comando do programa SportsCenter, da ESPN, em parceria com Paulo Soares, o Amigão.
Cobriu várias Copas do Mundo, Olimpíadas e demais eventos internacionais. Nunca escondeu sua paixão pelo Palmeiras e os últimos títulos do clube lhe serviram como bálsamo enquanto lutava pela vida.
Amor pelo Futebol
“A CBF lamenta a morte de Antero Greco, um dos maiores jornalistas do Brasil. Sua trajetória profissional e seu amor pelo futebol foram marcantes. Neste momento, a CBF presta solidariedade aos seus familiares e amigos”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Devoto de São Francisco de Assis, casado com Leila, com quem teve dois filhos, Antero era um colecionador de imagens do santo nascido em família nobre que e fez a opção de um uma vida sem recursos materiais voltada para os mais pobres.
Pelo Estadão, Antero foi revisor, repórter, colunista e editor. Tinha a vocação de liderar com zelo e profissionalismo, destacando-se como mediador. Filho de imigrantes italianos, não tolerava injustiças e exercia a solidariedade como um hábito diário.
Dupla de Sucesso
Na parceria com o Amigão, atuou por mais de 20 anos, numa das duplas de mais sucesso e duradouras da TV brasileira. Os dois discutiam com irreverência assuntos relevantes do esporte, sem deixar de lado o profissionalismo, com o enfoque jornalístico dos casos.
Formado em jornalismo pela USP, Antero também trabalhou na Folha de S.Paulo, na Band e no extinto jornal Popular da Tarde. O jornalista escreveu dois livros: “Seleção Nunca Vista” e ”A Goleada”. Tinha amor pela literatura e gostava de presentear os amigos com bons livros.
Silvio Luiz
A CBF lamenta a morte do narrador esportivo e ex-árbitro Silvio Luiz, nesta quinta-feira (16), aos 89 anos.
Silvio Luiz passava por problemas de saúde desde o dia 7 abril, que passou mal enquanto narrava a final do Paulistão. Permaneceu por 23 dias em observação e sob cuidados médicos. Voltou a ser hospitalizado no último dia 11 de maio no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, onde faleceu.
“O Silvio Luiz era uma craque do jornalismo. Além de saber tudo sobre o esporte, ele sempre nos passava alegria e nos divertia nas suas narrações. A CBF presta solidariedade a seus familiares e amigos neste momento de dor”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Silvio Luiz Peres Machado de Souza nasceu em 1934, em São Paulo. Antes de ingressar na carreira de jornalista e narrador esportivo, foi árbitro de futebol , atuando entre o final dos anos 60 até o começo dos anos 70.
Amor pelo futebol
Narrou diversas Copas do Mundo e foi uma das importantes vozes do jornalismo esportivo do país. Além disso, são dele bordões que conquistaram o público e torcedores Brasil afora, entre eles “Olho no lance”; “Pelas barbas do profeta” e “Pelo amor dos meus filhinhos”.
Seu último trabalho foi na TV Record, onde era responsável por comandar a transmissão de jogos do Campeonato Paulista com um toque de irreverência, ao lado dos humoristas Carioca e Bola.
Era casado com a cantora Márcia e deixa três filhos: Alexandre, Andréa e André.
Fonte: CBF