O crescimento leve já é notório, principalmente, por três setores que estão alavancando o mercado de abacate: culinária, saúde e estética. “O mercado de abacate vem se expandindo nos últimos anos, pelos seus benefícios à saúde, pois é considerado um superalimento. É uma fruta versátil, podendo ser consumida de várias formas”, ressaltou a Coordenadora da Rotas Rurais, Priscila Fagundes.
A polpa é a principal parte utilizada para consumo in natura, na forma de sobremesa, saladas e molhos. Também, é um produto de extrema relevância comercialmente para outros setores. No caso da indústria de cosméticos, a extração do óleo da fruta é utilizado para diversos produtos de beleza.
No ramo alimentício, voltado aos produtos saudáveis, para a nutricionista do Departamento de Segurança Alimentar da COSALI, da SAA, Sizele Rodrigues, o consumo de abacate torna-se essencial no cardápio dos brasileiros, já que é rico em nutrientes que contribuem para prevenção de doenças, entre outros benefícios.
“Além de conter quantidades significativas de vitaminas E, o abacate é rico em gorduras boas que auxiliam no controle do colesterol e ajudam a prevenir doenças cardiovasculares. O ácido oleico, um dos tipos de gordura presente no abacate, aumenta a sensação de saciedade e leva a uma menor ingestão no volume de alimentos. Ainda, algumas pesquisas apontam que o consumo frequente de abacate pode reduzir o risco de algumas desordens metabólicas”, explica a nutricionista.
Segundo o pesquisador Celso Vegro (IEA – Apta), o investimento na fruticultura situa-se dentre os que maior rentabilidade oferece diante das demais alternativas de inversão na agropecuária. “Particularmente, no caso do abacate, a fruta tem se beneficiado pela disseminação das dietas vegana/vegetariana, fitness e a incorporação nos hábitos alimentares da população a culinária mexicana”, frisou o pesquisador.
Mercado Mundial de Abacate
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a estimativa é que o abacate se torne a fruta tropical mais comercializada até 2030, com as exportações globais superando as quatro milhões de toneladas, acima das vendas externas de manga e de abacaxi, atrás apenas da banana.
O Brasil é o sétimo maior produtor mundial de abacate. Em 2022, o país produziu cerca de 330 mil toneladas de abacate, sendo que a produção paulista corresponde a quase 50% do cultivo nacional. Além de contribuir com o mercado interno, o estado de São Paulo é um dos principais exportadores de abacate. “Foram exportados aproximadamente 784 contêineres dos produtores paulistas, isto representa 90% da exportação total de abacates do Brasil”, disse Lígia Carvalho, produtora rural e diretora da Jaguacy.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 31,5% do total exportado pelo Brasil, entre os meses de janeiro a outubro de 2023, foi para a Argentina. Em 2023, foram exportadas mais de 9,7 mil toneladas e a expectativa, segundo a diretora, é manter a mesma média, com envio de 400 contêineres, por conta da quantidade maior de produtores parceiros.
“Nós exportamos para países como a Argentina e o Uruguai, na Europa: Espanha, França, Holanda, Alemanha, Inglaterra. Além do leste europeu, a Rússia. Também exportamos para Marrocos e este ano pretendemos iniciar um trabalho com a Malásia”, destacou Lígia Carvalho.
Fonte: SP Notícias