O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Franca marcou para esta segunda-feira, 18 de março, uma paralisação na porta da organização a partir das 8h.
Segundo comunicado repassado em alguns grupos da cidade, será “uma oportunidade para demonstrar a força e determinação da categoria”. Ainda de acordo com o divulgado, as propostas de reajuste salarial oferecidas pela Prefeitura não condizem com a valorização do trabalho e dos serviços prestados pelos servidores, não podendo ser aceita.
Do oferecido pela Prefeitura, um reajuste de 3,86%, apenas o abono salarial foi aceito pelos integrantes do movimento. Para fins de exemplificação, o abono escolar que está em R$ 354 e, o Vale Alimentação, que está em R$ 950, aumentaria para R$ 367,66 e 986,67, respectivamente.
Antecedentes
Na última quarta-feira, 13, houve uma reunião na Secretaria de Recursos Humanos, da Prefeitura, com os sindicalistas. A vice-presidente do Sindicato e representante da CUT-Franca (Central Única dos Trabalhadores), Marisol Silvério, afirmou que a Prefeitura repetiu a proposta feita anteriormente. Na quinta-feira, 14, em assembleia geral com os servidores, a sugestão foi apresentada, sendo recusada por unanimidade.
“Eles não melhoraram nada a proposta que já tinham feito, que seria o único reajuste da inflação, né? Seria 3,86%. Mas o sindicato está pedindo 4% de aumento real, fora a inflação, e mais 250 reais no Vale Alimentação, e a Prefeitura não quer dar”, destaca Marisol. “A Prefeitura teve um aumento para 4 milhões do gasto com publicidade, foi um aumento muito alto. Então a gente não entende por que o prefeito subiu o orçamento da publicidade e agora fala que não tem dinheiro para dar aumento para os servidores”, completa.
“O prazo é mais curto este ano por conta de ser eleitoral. Foi por conta disso que os servidores decidiram tomar uma atitude, né? Já que em todas as reuniões a prefeitura se mostra irredutível. Eles não abrem mão, eles não querem dar nada! Só o índice da inflação e não é possível, precisa ter um reajuste”, cobra.
Sem valorização
Para Marisol, os servidores da área da saúde estão esgotados, porém, não recebem reconhecimento pelo trabalho prestado: “A cidade está crescendo, a demanda aumentando e os servidores têm trabalhado no atendimento à população. Existe também uma migração do pessoal dos planos de saúde porque estão com preços exorbitantes, então muitos deixaram de pagar plano de saúde e migraram para o SUS. Você pode acompanhar as UPAS lotadas, os prontos-socorros, adultos e infantis lotados. O pessoal da saúde está desgastado, já veio de uma pandemia difícil. Agora esse surto de dengue não é fácil para os trabalhadores da área da saúde e a gente não tem reconhecimento e valorização nenhuma”.
Justificativas
Segundo a servidora, a data-base para as negociações se dá neste mês, mas não estão atendendo às reivindicações feitas pela classe. “A negociação do dissídio sempre começa no final de fevereiro, e aí ela vai transcorrendo pelo mês de março. Nossa data base é março! Mas, esse ano, como é ano eleitoral, eles têm a desculpa de que tá perdendo o prazo, tá acabando o prazo, então aí fica nessa complicação. É por isso que os servidores optaram que os servidores optaram por fazer uma paralisação na segunda-feira”, disse.
Paralisação
“A gente organizou uma paralisação, não é greve, é uma paralisação para segunda-feira, a partir das 8 horas da manhã, ali em frente ao sindicato, do lado da prefeitura. Vamos fazer uma concentração ali e ficar até à tarde, entendeu? O pessoal vai levar panela, nariz de palhaço, cartão vermelho pro prefeito e vamos tentar fazer a prefeitura negociar. Tá difícil, a gente sabe que é ano eleitoral, mas ele podia melhorar essa proposta aí”, explica Silvério.