América do Sul deverá sofrer impacto em recursos hídricos, segundo a ONU

Relatório Mundial de Desenvolvimento da Água alertou, nesta semana, para escassez hídrica que o mundo pode sofrer

“Em âmbito global, o uso da água tem aumentado cerca de 1% ao ano nos últimos 40 anos (Aquastat, s.d.). A maior parte desse aumento está concentrada em países de renda média e baixa, particularmente em economias emergentes (Ritchie; Roser, 2017)”. Assim começa o relatório divulgado pela ONU na última terça feira, 21, um dia antes do Dia do Mundial da Água. A estimativa é de que esta taxa de uso cresça a uma outra semelhante até 2050.

O resumo executivo do relatório demarca que a poluição da água doce se dissemina num ritmo acelerado. “Como resultado da mudança climática, a escassez sazonal de água aumentará em regiões onde atualmente o recurso é abundante – como África Central, Ásia Oriental e partes da América do Sul – e irá piorar em regiões onde já há baixa disponibilidade de água – como o Oriente Médio e o Sahel, na África. Em média, 10% da população mundial vive em países com estresse hídrico alto ou crítico”.

Números de 2020 chamaram atenção ao serviço de acesso a água potável: 26% da população mundial (equivalente a 2,6 bilhões de pessoas) não contava com a segurança deste serviço. Ao mesmo tempo, 46% (equivalente a 3,6 bilhões) também sofria com a falta de segurança no tocante a saneamento básico.

No Brasil

O Brasil concentra cerca de 12% de água doce disponível no planeta. Em 2021, o Instituto Trata Brasil divulgou um estudo relacionado ao uso da água no país. Segundo a pesquisa, em 2019, a quantidade de água potável desperdiçada no Brasil equivalia ao abastecimento de 30% da população do país, ou seja, algo em torno de 63 milhões de pessoas. Isso significa que há um desperdício de quase 40% de toda a água potável captada por aqui. (Números fornecidos pelo Portal SIGRH).