Janeiro marcou a recuperação do mercado de venda de imóveis usados em Franca e cidades da região com alta de 11% no volume de casas e apartamentos negociados por 21 imobiliárias e corretores. Os dados fazem parte da consulta mensal realizada pelo CreciSP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo). Os participantes desta pesquisa informaram ter vendido igual número de casas e apartamentos, com 75% deles nas faixas de preços de até R$ 300 mil.
O crescimento das vendas em janeiro se deu mesmo com redução dos financiamentos bancários, de 40% das vendas em dezembro para 33,33% no primeiro mês deste ano.
José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, atribui o aumento nas transações imobiliárias neste período à geração de empregos formais nos municípios. “O aquecimento de vendas sem dúvida está muito ligado ao número de carteiras assinadas, que tem aumentado gradativamente. Nós temos acompanhado através das publicações especializadas que o emprego formal vem a cada dia aumentando, mesmo que muito lentamente. E para fazer negócio imobiliário, evidentemente, que a necessidade maior que existe é da comprovação de renda, tanto é, que 33,33% dos imóveis comercializados em janeiro em Franca foram através de financiamento pela Caixa Econômica Federal”, afirmou ele.
As 21 imobiliárias consultadas pelo CreciSP alugaram em janeiro apenas apartamentos e registraram queda de 25% no volume de locações comparado a dezembro. Viana acredita que a queda no volume de aluguéis é efeito da alta nas vendas, já que a pessoa deixa de alugar uma casa ou apartamento porque adquiriu um imóvel. “Por outro lado também, as locações tiveram um momento difícil em razão dos altos índices de IGPM e a criação do novo índice de variação de aluguel residencial pela Fundação Getúlio Vargas que trouxe uma certa confusão no mercado, isso prejudicou um pouco”.
A expectativa dos corretores de imóveis e imobiliárias para os próximos meses é de enfrentar dificuldades nas transações imobiliárias por conta da alta nas taxas de juros. “A Selic tem aumentado mensalmente e isso tem uma influência tremenda na taxa de juros. Como sobe bastante, tira do mercado a possibilidade da aquisição da casa própria de muitas pessoas. Para se ter uma ideia, no ano de 2021, estima-se que pelo menos três milhões de compradores ficaram fora do mercado dado o aumento da taxa de juro”, disse Viana.
Segundo ele, há previsão de que a Selic atinja 12% até o mês que vem e caso isso ocorra já há estudos no mercado comprovando que 4,5 milhões de pessoas ficarão fora da possibilidade de aquisição do seu imóvel. “As expectativas para 2022 estavam excelentes, mas com o advento do aumento da taxa de inflação e de juros, o mercado está com uma expectativa, no momento, negativa”.
Em janeiro, os bairros mais centrais das cidades pesquisadas na região de Franca são as áreas onde mais se venderam imóveis usados (66,67%), seguidos pelas regiões mais nobres (16,67%) e de periferia (16,67%).
A opção pelas casas se dividiu igualitariamente entre as de dois e três dormitórios, com área útil entre 51 e 100 metros quadrados (50%) e 101 e 200 m2 (50%) e todas elas dispondo de duas vagas de garagem.
Os apartamentos vendidos seguiram essa mesma proporção, sendo metade deles com dois dormitórios e 50% com três e área útil de 51 a 100 metros quadrados (50%) e de 101 a 200 metros quadrados. Todos dispõem de duas vagas de garagem.
O aluguel médio variou entre R$ 1.001 e R$ 1.250 para apartamento de padrão luxo com dois dormitórios, duas vagas de garagem e área útil entre 51 e 100 metros quadrados.
A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Franca, Guaíra, Igarapava e São Joaquim da Barra.