Toda mudança é bem-vinda e todos temos pretensão de mudar, mas nem sempre sabemos como fazer e como sustentar estas mudanças. O empresário Jorge Saquy Neto faz reflexões importantes sobre o meio empresarial e a mudança, pois a hora de falar sobre isto é agora.
Estamos no momento certo para reorganizar e reestruturar a mente para recomeçar e até mesmo reequilibrar as energias com foco em novos objetivos, sempre com a finalidade de definir novas metas e budgets.
Na atualidade, a única maneira de permanecer na ativa é fazer mudanças, não somente nas empresas, mas também na vida. Quando se fala do mundo empresarial, a gestão de mudanças necessita ser bem feita para que a sobrevivência aconteça, mas também haja crescimento.
Os cursos de MBA estão em voga e muito se fala que a gestão de mudança começa por eles e com a rotina diária do universo empresarial, mas, geralmente, isto pode limitar o olhar para as mudanças internas e micro organizadas.
Para Jorge Saquy Neto, o maior impacto das mudanças nas empresas acontece na parte estratégica do processo. “Precisamos mudar a forma de encarar as mudanças estratégicas na companhia e entender que elas vão qualificar sua empresa e seus gestores para as próximas etapas de crescimento”. capazes de criar novas fontes sustentáveis de crescimento.
Hoje em dia, várias empresas estão se aprimorando e começando a ficar boas na criação de melhorias incrementais em produtos existentes e em atender clientes existentes (mudança contínua), porém, existem dificuldades de criar produtos novos e revolucionários (mudança disruptiva), que são
Como Benjamim Franklin já nos alertava “Quando você parar de mudar, você está acabado”
Quais os desafios de pensar a mudança nessa visão estratégica?
Dentro dos pilares que compõem a mudança, existe a estratégia do plano de crescimento, e as primeiras perguntas complicadas a serem feitas, são: crescer verticalmente ou horizontalmente? Se deve ter foco no produto ou na diversificação? É importante criar novos negócios ou preservar o caixa?
As respostas existem, mas são complexas e precisam ser respondidas com cautela e somente por quem conhece, de verdade, seu negócio, sua empresa e a si mesmo. Para isto, é preciso existir um conjunto de conhecimento que leva tempo e dedicação.
Às vezes queremos tanto mudar que carregamos certa urgência em fazê-la. Quando fazer uma mudança estratégica?
Você deve se questionar ainda, sobre qual a melhor época para mudanças e a resposta é simples: Quando você escolhe que é a hora de começar.
Jamais a hora de mudar deve ser forçada e, por isto, novos negócios, quando criados em fases boas das empresas, preparam-nas para a crise e geram fôlego para que a sustentabilidade ocorra no tempo natural, durante seu desenvolvimento. Outra consideração importante a ser feita é que durante a estrutura da mudança, timing é tudo, ou seja, é preciso compreender o ambiente macroeconômico, a concorrência, a empresa e sua capacidade de geração de recursos como itens essenciais para que as mudanças possam ser benéficas e de longo prazo.
Citação do livro O PARADOXO DA VELOCIDADE é bastante usada por Jorge Saquy Neto: “Você tem que desacelerar para acelerar”. Isso dá a você tempo para ser deliberado com as suas ações, pode concentrar, reunir energia e implantar seus recursos com eficiência. Isso permite que você concentre na alavancagem e no ROI, e não no esforço. “Mova devagar para se mover rápido.”. A força de 0 para 1, é infinitamente maior do que de 1 para 2 e assim por diante, porque carrega a força do nível anterior como alavanca de velocidade. É como ganhar velocidade em um carro. Sair do zero para 80km/h é mais demorado e exige mais esforço, mas de 80km/h para 140 km/h é muito mais rápido e leve.
O senso comum é permanecer onde está quando está tudo bem e mudar quando as coisas não vão bem. Como funciona isso nas empresas?
O erro mais recorrente nas empresas é tentar gerar mudança na época da crise. Crise é ferida aberta, isto deve ser muito bem colocado, pois é esta a hora de cortar custos, focar no negócio e usar a energia, ou seja, o dinheiro da forma mais cuidadosa possível. Nessas horas, o fator do tempo e do amadurecimento natural de um novo negocio vira a ampulheta contra você e seus já limitados recursos físicos e emocionais podendo inclusive fazer ótimas ideias, que com o tempo devido, geraria o turn around da empresa, ser o que acabaria com ela se feito na hora errada.
Como fazer para que a mudança que está na cabeça do empresário possa chegar até a ponta e ser efetivada?
Considere este detalhe: A estratégia faz nascer todo o processo de criação de uma cultura empresarial acostumada com desenvolvimento, capacitação e mudança. Afinal, uma empresa que desenvolve a segurança de seus líderes em lidar com ambiente de mudanças, ensina autopreservação e perenidade. É onde a mudança integra a cultura que nascem as grandes empresas!
A Samsung, fundada em 1938 como uma empresa exportadora de frutas e peixes, a 3M era uma empresa de mineração, a Nintendo fazia baralhos, assim como tantas outras que mudaram, reinventaram e se modificaram ao longo da sua existência. Por elas partirem do princípio que as mudanças eram parte do negócio, puderam fazer viradas radicais e constantes, possibilitando-as chegar a grandes patamares, ao invés de pararem frente as dificuldades. A cultura sustenta a mentalidade das pessoas e são essas que farão as mudanças se efetivarem. Então, se quisermos ter uma gestão de mudança eficaz, para não apenas sobrevivermos, mas crescermos e gerar descendentes, precisamos ter os olhos no tripé: estratégia, pessoas e timing.
Se cuidarmos disso, teremos um ano produtivo e cheio de mudanças.