Startup focada em combater coronavírus é selecionada para integrar a IMPERA

A Incubadora de Empresas oferece mentoria para estruturar o modelo de negócios e orientação em gestão empresarial

A startup francana NanoBoost – Ciência e Tecnologia, que atua no segmento de nanotecnologia, foi selecionada no processo seletivo do 5º Ciclo de Incubação para empresas e projetos de base tecnológica da IMPERA (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca e Região), que atua com o apoio da Prefeitura de Franca, junto ao Instituto Cidade do Calçado.

A empresa, fundada pelos professores e doutores em Química Eduardo Nassar e Lucas Rocha, foi criada durante a pandemia do coronavírus com o objetivo de desenvolver e aprimorar agentes antimicrobianos para atuar diretamente no combate a Covid-19. A Incubadora oferece, durante um ano, mentoria para estruturar o modelo de negócios e orientação em gestão empresarial, com todo suporte e infraestrutura física.

A seletiva da IMPERA aconteceu neste mês de dezembro, teve seis etapas e, na etapa final, contou com a participação de quatro candidatos que apresentaram seus projetos para uma banca multissetorial formada por Marcelo Reis, gerente de Relações Institucionais do Grupo Santa Casa de Franca; Naina Correia de Sousa, gestora do Programa Empreender da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca); Jean Dunkl, gestor da IMPERA; Fernando Martins, professor da Fatec, empresário e vice-coordenador do Polo Francano de TI da Acif; e Fabiano Torres, empresário da Profinanc e incubado na IMPERA.

“Gradativamente estamos retomando o ritmo. Neste processo tivemos um crescimento considerável nas inscrições, porém alguns projetos não cumpriram os pré-requisitos mínimos para a incubação, que são ter base tecnológica e trazer inovação. Já entre os inscritos elegíveis, o maior indicador de corte é em relação ao time e à disponibilidade de tempo dos empreendedores para cumprirem o processo de incubação”, explica Jean Dunkl, gestor da IMPERA.

Segundo ele, dois projetos que participaram da etapa final podem ser acompanhados para tentarem outra oportunidade em breve. “Este resultado reforça o padrão de qualidade do processo seletivo e evidencia o propósito da IMPERA, que é ajudar os empreendedores a desenvolverem suas ideias e, consequentemente, fortalecer o nosso ecossistema de inovação”, diz Jean.

A convocação da startup será na modalidade incubação, com duração de um ano e possibilidade de renovação do contrato. Neste ciclo, a Incubadora apoia empreendedores para a criação/desenvolvimento de novos negócios ou ainda segmentos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) de médias e grandes empresas que tenham interesse de desenvolver um produto/serviços de base tecnológica na Incubadora. Nesta fase, o empreendedor precisa ter conhecimento da tecnologia, apresentar condições de dominar o processo de produção, dispor de capital mínimo assegurado e um modelo de negócios bem definido.

“Com a incubação na IMPERA, esperamos ter acesso a outras empresas da nossa região para agregar valor, proporcionando a aplicação da ciência em produtos e melhorando o bem-estar da comunidade francana e brasileira. Em um ano de existência temos nos empenhado em desenvolver produtos que tragam mais comodidade e, ao mesmo tempo, não interfira no equilíbrio ambiental, por isso, é uma grande oportunidade para mostrarmos nossos produtos e ideias a todos”, afirma Eduardo J. Nassar, sócio-fundador da NanoBoost.

A startup

A NanoBoost é uma empresa de Franca (SP), que atua no desenvolvimento de soluções nanotecnológicas. A startup foi criada em setembro de 2020, durante a pandemia do coronavírus, pelos professores e doutores em Química Eduardo J. Nassar e Lucas A. Rocha, com o objetivo de desenvolver e aprimorar agentes antimicrobianos para atuar diretamente no combate a Covid-19.

Segundo Eduardo, a nanotecnologia é a compreensão e o desenvolvimento de materiais e componentes muito pequenos, manipulados e controlados para determinadas aplicações. “Os materiais em seu estado ‘comum’ apresentam propriedades previsíveis, entretanto, na escala nano, estes materiais podem apresentar uma série de comportamentos inesperados. Dessa forma, a nanotecnologia pode aumentar a eficiência na produção industrial, trazer melhorias no agronegócio, diminuir o impacto no meio ambiente, aprimorar a produção e distribuição de energia, trazer benefícios em uma vasta área da saúde, dentre outros”, explica.

Com soluções nas áreas de Saúde, Tecnologia de Impressão 3D, Agronegócio, Energia e Ambiental, a empresa conta com uma equipe formada por doutores e pós-doutores que atuam há mais de 20 anos com pesquisa e desenvolvimento de materiais multifuncionais. O produto desenvolvido, carro-chefe da startup, é um material no estado sólido comprovadamente antimicrobiano que, devido a esse estado físico, pode ser aplicado em diversos utensílios do cotidiano, evitando contaminação por microrganismos.

“Esse material atua como agente para desinfecção, esterilização, assepsia, antissepsia e ação antimicrobiana. Nossos produtos podem ser utilizados na indústria calçadista (solado, palmilha, couro, dentre outros), na indústria de polímeros (PVC, EVA, PP, dentro outros), na área hospitalar, na indústria têxtil, em tintas e pigmentos, em EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), além de sistemas de ares-condicionados residenciais e automotivos”, explica Lucas, sócio-fundador da NanoBoost.

Lucas ressalta ainda que a empresa atribui grande importância ao uso do conhecimento científico e à necessidade do desenvolvimento sustentável e participa ativamente dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas).