Franca: Estupros sobem 60% em 2021

Dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo

Fernando Lima

Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostraram que os crimes de estupro subiram 60% em Franca, entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2020 até o mês oito, tinham sido 30 casos, neste ano eles somam 48.
Em todos os meses comparados o total de casos supera os casos mensais de 2020. Em abril deste ano foi o auge, com oito registros, sendo que destes, sete foram contra vulnerável.
Em janeiro e em junho, foram quatro registros, os menores números. Em maio foram cinco, enquanto que em março e agosto ficaram com seis registros cada. O mês de fevereiro registrou sete casos, enquanto que abril e julho tiveram oito cada (confira os dados comparados no quadro).

Preocupação
Na avaliação do especialista em Segurança Pública, Adauto Casanova, os números são preocupantes e as medidas de isolamento contribuíram para que eles aumentassem. “O isolamento social afastou as pessoas das ruas, mas fez com que convivessem de forma mais aglomerada nos ambientes domésticos, de tal modo que todas as formas de tensão recrudesceram, prejudicando os mais frágeis, mulheres e vulneráveis, em regra crianças e adolescentes com menos de 14 anos de idade”, explicou.
Ainda na avaliação de Casanova, nem todas as ocorrências dessa natureza são registradas, o que deixa a situação ainda mais preocupante. “Outro aspecto, é que ainda poderão ser relatadas ocorrências antigas, à medida em que a vida volta ao normal e em especial as crianças aos ambientes de escola, onde muitas vezes acabam iniciando ali seus relatos de abuso. Franca não é caso isolado, tampouco o Brasil, porque se tem notícias que as intensificações do convívio doméstico por conta das políticas de isolamento social acabaram por desencadear aumento de tais ocorrências em todo o mundo, tendo se tornado preocupante fenômeno mundial. Voltando à situação de Franca em específico, cumpre ao poder público preparar os profissionais para recepcionar situações dessa natureza, seja nos ambientes escolares e em especial na DDM da cidade, a qual carece de maior número de servidores, porque a demanda naquela especializada é crescente”, finalizou.