O vereador Donizete da Farmácia destacou que o momento é crítico e que todos terão que fazer sacrifícios
Marcela Barros
O advogado Dr. Moacir Piola, participou da sessão da câmara “on-line”, representando as farmácias e drogarias da cidade de Franca, onde manifestou a preocupação destes estabelecimentos com a medida de “lockdown” adotada pela prefeitura. Segundo o advogado, a cidade conta com cerca de 170 farmácias com média de doze a quinze mil atendimentos diários, dos quais muitos estão relacionados a programas de atendimento do governo como por exemplo o chamado “Farmácia Popular”, que visa fornecer medicamentos sem custo à população, mas que obrigatoriamente precisam de atendimento presencial para atender às exigências do Ministério da Saúde, como a obtenção de cópia de receita. Ele ainda ressaltou que as farmácias fornecem determinados atendimentos que descongestionam os serviços de saúde, como auferimento de pressão e aplicação de injeções. Piola destacou que as farmácias se enquadram como atividades essenciais e desta forma não poderiam se restringir ao atendimento no formato “delivery”, pois as prescrições médicas possuem particularidades quanto à dosagem e fórmula que devem receber a máxima atenção, sob pena de consumo errado. Defendeu que as farmácias têm tomado todas as medidas de higienização e distanciamento, não havendo relatos de aglomerações, e que nesse momento onde as pessoas precisam ainda mais de medicações não há que se cogitar a entrega “delivery” de medicamentos, principalmente dos que são de uso diário e imprescindíveis como no caso da insulina.
O vereador Donizete da Farmácia (MDB), que também é empresário do ramo disse entender as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes, mas destacou que o momento é crítico e que todos terão que fazer sacrifícios, pois “o momento é desesperador”. Donizete afirmou que é totalmente contra o fechamento total da cidade, mas que nesse momento é a única solução para conter a contaminação, e pediu a colaboração das farmácias para que aguentem esses quinze dias de isolamento visando diminuir o contágio, porém ressaltou que não se pode começar a conceder exceções, senão o objetivo não será alcançado.
Carlinho Petrópolis (PL) que também já atuou no ramo farmacêutico registrou que é preciso considerar os atendimentos realizados por esses estabelecimentos, que poderão impactar nos atendimentos das unidades de saúde, e se dispôs a dialogar com o prefeito juntamente com Donizete. Gilson Pelizaro (PT) por sua vez, pontuou que o único setor que não pode reclamar dessa pandemia é o farmacêutico, pois foi o que mais faturou e não precisou paralisar em momento algum, lembrando ainda que quinze dias podem ser suportados com atendimento domiciliar.
O vereador Donizeti pediu que os políticos deixem as divergências partidárias de lado e se emocionou ao lembrar das pessoas que não possuem dinheiro para realizar a compra de supermercado para esses quinze dias de isolamento, pois há quem não tenha um leite para dar ao filho. Ele afirmou “não é spo a questão da saúde não, é também a questão da fome, a fome é muito triste”. Em meio às lágrimas, o vereador pediu que as pessoas ajudem umas as outras, que olhem pelo vizinho necessitado e contribuam com um alimento na medida de suas possibilidades.