Por Realindo Júnior
Lá se vão 42 anos, desde que a Cia. de Saneamento Básico – Sabesp, instalou as 9 lagoas de decantação de esgoto doméstico em Franca, dois anos após assumir os serviços de água e esgoto, sucedendo a extinta SAEF.
A Câmara de Franca aprovou a concessão em 1.976, no governo do então prefeito dr. Hélio Palermo. A Sabesp assumiu um ano após, já na administração Maurício Sandoval Ribeiro. Modernizou e ampliou a captação das águas do rio Canoas, substituiu a rede de distribuição de água em toda cidade, após tratamento e iniciou as obras da Estação de Tratamento de Esgoto. Ao longo dos anos consolidou estes serviços, a tal ponto de Franca ser classificada como a primeira cidade em saneamento básico, posto perdido recentemente, por falta de investimentos nos últimos anos. Franca hoje está em quarto lugar.
Mas as lagoas lá continuam, quatro delas na região do Palestina, São Francisco e Paulistano I e II, de onde boa parte acaba chegando por gravidade ao rio Canoas, outras lagoas no bairro Aeroporto, City Petrópolis, jardim Luiza.
O meio ambiente acaba sendo afetado, pois as lagoas da região leste da cidade inevitavelmente são lançados até o Canoas, ainda que a água seja tratada posteriormente à captação. Desafio que a Sabesp ainda não conseguiu resolver ao longo de mais de quatro décadas. Em meio a esse tempo, projeto do governo do Estado permitiu a cobrança de tarifa de esgoto, juntamente com a conta de água, valores pagos pelos contribuintes.
A previsão definida para a eliminação das lagoas demandará ainda alguns anos. A Sabesp espera que empresas de loteamentos sejam parceiras no custeio das obras de recalque em bairros como Petrópolis e Aeroporto. Existe até um TAC promovido pela promotoria do meio ambiente, pelo qual a estatal se obriga a promover as obras de reversão do esgoto das lagoas de cinco bairros. Definido mesmo só a eliminação da lagoa do City Petrópolis, graças aos loteadores de novos bairros na região. O esgoto desse bairro será lançado na estação do Luiza, então a ser ampliada. Acredita-se que em aproximadamente 5 ou 6 anos as lagoas estejam totalmente eliminadas. Gilson Mendonça explicou ao Verdade que as obras virão por etapa. Conforme o TAC assinado pela Sabesp com o Ministério público, a primeira lagoa de decantação será do bairro City Petrópolis, com reversão para a ETE do jardim Luiza. Isso até o próximo ano. Em seguida as lagoas dos bairros Paulistano I e II, Palestina e São Francisco, até 2.024. O bairro Aeroporto é uma solução mais complexa e demorada. Não consta do TAC com o MP.
O projeto final da Sabesp é manter duas Estações de Tratamento de Esgoto. A mais antiga, próximo da rodovia Portinari, e a segunda que fica no jardim Luiza e é considerada mais moderna, com tecnologia avançada, aeração prolongada, lodo ativado, de forma que não ocasionará danos ao meio ambiente nem prejuízos à comunidade, como mal cheiro, por exemplo.
Em relação à água, o ano de 2.021 poderá repetir o que ocorreu em 2.014, quando severa seca atingiu a região. Desde outubro as chuvas se mostram abaixo dos níveis necessários, a bacia do Canoas não registra abastecimento suficiente para atender a toda a demanda e as águas do rio Sapucaí só devem chegar em dois anos, aproximadamente. Antes disso, apenas uma parte, suficiente para atender jardim Aeroporto, Primavera e bairros adjacentes, o que aliviaria em aproximadamente vinte por cento o consumo. A obra do Sapucaí ficou paralisada durante quase dois anos, devido à falência da empreiteira inicialmente contratada. Novo processo licitatório assegurou a outra organização o reinício das obras, agora novamente retomadas.
Franca tem 123 mil ligações de água e esgoto, para uma população de mais de 360.000 habitantes. A capacidade de tratamento e distribuição de água é de 1.050 litros por segundo. A Sabesp é considerada uma das mais rentáveis empresas do Governo de São Paulo. Os primeiros gestores, a partir de 1.977, foram José Antônio Roda e José Everaldo Vanzo, ao lado de engenheiros e funcionários, vindo posteriormente a administração de Rui
Engrácia Garcia Caluz, que aposentou-se recentemente depois de trabalhar antes em Avaré, Registro e Botucatu. Atualmente a direção está a cargo de Gilson Mendonça, responsável também pela regional da Sabesp, que atua em várias cidades da região.