Mais uma representação foi protocolada na Câmara Municipal de Franca, contra a participação da vereadora Lurdinha Granzotte, em uma manifestação no último dia 15 de março que pedia intervenção militar no Brasil. É o terceiro pedido em menos de um mês, eles serão analisados pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal. A representação é assinada por Sônia Lúcia da Silva Rodrigues, Adenilson Bueno e Tony Rocha.
“Entendem os denunciantes tratar-se de fato gravíssimo, haja vista a manifestação por intervenção militar violar compromisso prestado de qualquer membro do Legislativo; é, também, ofensa direta à Constituição Federal, Estadual e à Lei Orgânica. É o caso de afastamento da vereadora; até para que se possa ter um ambiente em Plenário, na Comissão do Conselho de Ética e um julgamento isento de pressões”, escreveram os denunciantes no pedido que foi lido na manhã desta terça-feira (6), na sessão.
Ainda no documento os moradores de Franca afirmaram que a participação da parlamentar de forma pública nos atos, é uma afronta ao compromisso prestado por ela ao exercer o mandato de vereadora, e que o fato vem repercutindo negativamente na cidade.
Na denúncia foi reiterado ainda que houve aglomeração durante o protesto, sendo que alguns não usaram sequer máscaras em plena fase mais restritiva da pandemia. “Estavam presentes dezenas de pessoas, com faixas e cartazes com os dizeres “intervencão militar já”, com discursos utilizando-se de microfone pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, com manifestações pela prisão de quem for contrário à ideologia do presidente da República”, trouxe a denúncia.
Esta é a terceira representação que denúncia a participação de Lurdinha no protesto em frente ao Tiro de Guerra de Franca. O presidente da Comissão de Ética, Gilson Pelizaro (PT), afirmou que a vereadora já foi notificada e que tem 10 dias para responder. Após a resposta a Comissão tem 30 dias para dar o parecer sobre as denúncias.
“Atentar contra a ordem democrática, contra a harmonia dos Poderes, manifestar a favor da “intervencão militar”, volta do “AI5” é obviamente para a conduta de uma vereadora uma atitude gravíssima, que deve ensejar a sanção máxima, ou seja, perda do mandato”, denunciaram.
Outro lado
A reportagem do Jornal Verdade entrou em contato com a vereadora Lurdinha Granzotte, mas a parlamentar afirmou que prefere não se manifestar por enquanto a respeito do assunto.