Foi registrada na tarde do último domingo (12) a primeira morte por coronavírus em Franca. Wesley Soares Leite, de 34 anos foi vítima da doença que está assustando todo o País durante as últimas semanas. A dor de perder alguém próximo, principalmente nessas condições, abala qualquer pessoa. Daiane Maria Soares, de 38 anos conta à reportagem do jornal Verdade todo o processo da descoberta do problema até o momento do óbito do fisioterapeuta.
De acordo com a dona de casa que reside em Franca, seu irmão, que trabalhava em São Tomás do Aquinho (MG), veio para o município paulista ainda no final de março para a comemoração do aniversário do pai. Depois disso, os sintomas começaram a aparecer. “Em Franca ele esteve em alguns mercados da cidade. Depois que voltou para casa, durante a semana ele foi se sentindo sem paladar e no dia 2, começou a passar mal com febre, tosse e, como era concursado na Prefeitura de São Tomás, continuou trabalhando, mas depois decidiu se afastar do serviço logo depois para se cuidar”, disse.
Preocupado com as condições da saúde, Wesley voltou para Franca em busca de realizar o teste rápido de Covid-19, porém, segundo a irmã, o resultado inicial foi negativo. “Ele se sentiu confiável por conta do resultado e passou na casa dos meus pais e ficou lá. Mas logo voltou a se sentiu mal. Meu pai levou ele para ser atendido no pronto socorro. Quando chegou, colocaram ele no oxigênio e já pediram vaga na Santa Casa. Na quinta-feira à noite ele foi para o Hospital do Coração e até agora só tivemos notícias uma vez por dia, até que no domingo o médico nos avisou que os rins dele tinham paralisado e, depois de uns 40 minutos, nos retornaram dizendo que ele não havia resistido”, contou emocionada.
Após a morte de Wesley, no início da noite de domingo, saíram os resultados de novos exames que ele realizou, sendo confirmada a contaminação do vírus. Uma pessoa carinhosa, que amava a profissão e a clínica que trabalhava na cidade mineira: essas são algumas das características que a irmã utilizou para descrever a pessoa querida que ele era. Mesmo com a pouca idade, Wesley tinha alguns problemas de saúde: obesidade, pressão alta e diabete. Mesmo assim, Daiane afirma que ele levava uma vida tranquila e cheia de cuidados.
Daiane também deixou um recado para a população que não acredita na gravidade da situação. “A gente não leva a sério enquanto não acontece com alguém próximo. Se cuidem. Eu também não levava, achava que não precisava de tudo isso, mas precisa sim. Não saiam de casa, evitem supermercados e qualquer aglomeração. Porque o caso é sério. Perdi o meu irmão que estava salvando vidas, fazendo os testes em São Tomás. Vai dexar saudades”, completou.
O corpo de Wesley foi velado nesta segunda-feira, em Franca. Por conta da proximidade e dos contatos com o paciente, Daiane ainda informou que, após a passagem deste momento complicado, toda a família deve realizar os exames para diagnóstico do coronavírus.