Reportagem Gustavo Rodrigues
Aos poucos todas as competições esportivas do Brasil e do mundo vão tendo definições dos organizadores. As medidas tomadas por conta dos riscos do novo coronavírus geralmente são de adiamento, suspensão por período indeterminado ou cancelamento total da temporada. A última opção foi adotada pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) em relação a Superliga Feminina B.
Uma reunião foi realizada na manhã desta quarta-feira (18) contou com a participação de representantes das oito equipes inscritas no torneio e de responsáveis pela liga. A decisão tem como objetivo preservar as atletas por conta do perigo de contaminação do vírus, já que as equipes têm contatos em diversos lugares em viagens para as partidas.
Com o encerramento precoce da competição, a tabela final da temporada fica da forma que está no momento, ou seja, após sete rodadas e o término da fase classificatória, os dois times que sobem para a primeira divisão do ano que vem são Brasília, campeão da liga com 100% de aproveitamento e Itajaí que conquistou seis vitórias e foi derrotado apenas uma vez.
As rebaixadas e que jogarão a série C foram Chapecoense e Sport. A equipe de Franca escapou por pouco, já que na última rodada as meninas venceram o time nordestino, fora de casa, por 3 sets a 1. O confronto foi complicado, já que as donas da casa venceram o primeiro período e o ambiente desfavorável dificultou o trabalho das francanas. Porém, com superação e força de vontade, a equipe conseguiu a virada e garantiu a permanência na divisão.
Franca jogaria no último sábado (14), no ginásio Champagnat, contra o Bradesco. A partida seria válida pela primeira rodada da das quartas de final. O duelo não aconteceu por conta de uma determinação da confederação momentos antes da bola subir. A decisão anunciada em cima da hora revoltou o treinador francano Paulo Silveira. “No fim, a CBV anunciou na última hora, a gente também não esperava, mas uma hora e meia antes da abertura dos playoffs, ela baixou uma normativa cancelando toda a rodada da superliga. A atitude foi correta, mas o momento foi totalmente equivocada”, afirmou.
O posicionamento inicial era que as partidas do final de semana seriam disputadas com portões fechados. Mesmo antes da divulgação do cancelamento do campeonato, a comissão técnica de Franca já havia dispensado o grupo de jogadores para ficarem em estado de alerta por conta do vírus. Nesta quinta-feira (19), a CBV fará uma reunião com as equipes da série A da Superliga Feminina para decidir o futuro da competição de elite.
Cuidados com o vírus
Em época de coronavírus, todos os tipos de cuidados são necessários. Com sintomas parecidos com o problema, porém, não identificado pelos médicos, o técnico Paulo Silveira está de quarentena desde a semana passada. Ainda com suspeita de gripe, ele não ficaria no comando do time contra o Bradesco para evitar contato com outras pessoas.
“Os médicos falaram para eu ir monitorando a situação e tomando os remédios. Eu fiquei em casa isolado até da minha esposa, agora estou melhorando. Não fiz os exames porque não tive os sintomas e segui os cuidados de higienização desde sexta-feira. Como não sabia o que era, não iria para nenhum jogo”, disse.
Objetivo cumprido
Mesmo com as dificuldades da montagem do plantel para a disputa da Superliga, a comissão técnica avalia como positiva e satisfatória a campanha deste ano. A sexta colocação foi suficiente para o time continuar na série B, visto como principal objetivo ao início da temporada.
“O objetivo era não cair. Desde quando começou eu já tinha dito isso, que não tem como você entrar em um campeonato desse se não tiver uma estrutura profissional mesmo, jogadoras de ponta e mais experientes e que já jogaram a Superliga. A nossa equipe era praticamente juvenil e, mesmo assim, conseguimos nos manter”, completou Paulo.
O elenco agora continuará com os cuidados contra o coronavírus. A ideia é retomar os trabalhos e resolver o que será feito quando a situação for totalmente controlada. Para o ano que vem, a equipe deve manter a base e focar em novas contratações, para aí sim lutar por uma vaga entre as melhores do País.