As medidas contra o avanço do novo coronavírus, que incluem o fechamento temporário de escolas e universidades, além de adiamento de eventos em geral e especialmente a orientação para que a população evite aglomerações – como a ida à bares, shoppings, cinemas, shows, entre outros – poderão ter um impacto negativo de R$ 47 milhões na economia de Franca. A estimativa é do Instituto de Economia da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca) e considera no cálculo a previsão inicial do Governo Federal que aponta redução de 0,5% na projeção do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano de 2020.
“Os impactos econômicos do coronavírus podem ser sentidos no mundo todo e Franca não será uma exceção. A previsão inicial do Governo Federal aponta uma redução de 0,5% na projeção do PIB para o ano de 2020, percentual que, se estimado para Franca, deve resultar em um impacto de R$ 47 milhões. No entanto, há algumas medidas que o Governo Federal pode adotar para estimular o consumo e movimentar a economia do país, tais como antecipação do 13° salário para aposentados, redução de impostos sobre produtos e, até mesmo, uma liberação do FGTS, como vimos no segundo semestre do ano passado”, explicou o economista do IE-Acif, Adnan Jebailey.
Nos últimos dias o movimento nas ruas do Centro da cidade caiu. Caminhando por praças como Nossa Senhora da Conceição, a Catedral, Barão e do Itaú, que em dias normais, especialmente aos fins de semana, reúne centenas de pessoas, é possível observar que menos pedestres caminham pelos locais.
“Estou evitando sair de casa e priorizo apenas as questões que são inadiáveis. Hoje, por exemplo, precisava resolver uma questão no banco e era o último dia, mas se pudesse teria evitado, ainda mais que nos bancos sempre há aglomeração de pessoas”, disse a professora Beatriz Barbosa, 33, moradora do Polo Clube.
“Minha mãe é do grupo de risco, tem 73 anos, e estou comprando álcool em gel para ela. Estamos atentas e preocupadas com a pandemia e agora ela não está saindo de casa. É uma situação em que as pessoas devem se atentar e os mais jovens devem ter consciência que podem transmitir para pessoas que são do grupo de risco”, disse Fernanda Alves, 39, vendedora.
Entre as poucas pessoas vistas na região Central, os idosos e crianças eram minoria.
Ainda de acordo com o Instituto de Economia da Acif a indústria deve ser o setor que mais sofrerá impacto econômico com a pandemia de coronavírus. “O setor que mais deve sofrer com os impactos deve ser a indústria, muito ligado às exportações. Com um câmbio imprevisível e um mercado externo hesitante, as exportações devem cair no ano de 2020 e, com isso, a recuperação do setor calçadista deve ser adiada. O alívio fica por conta da redução do ICMS que aconteceu em novembro de 2019 e a exploração do mercado interno, que pode se aquecer com os incentivos do Governo ao consumo. Importante dizer que as previsões podem se alterar conforme a evolução dos cenários global e nacional”, completou o economista.