Sem chegar a um acordo com a Prefeitura, os servidores públicos municipais podem cruzar os braços a partir desta quinta-feira (12). Em negociação desde o início de fevereiro, os funcionários têm como principais reivindicações um reajuste salarial de 5,52%, cerca de 1% a mais que a inflação do período, além de aumento de R$ 250 no cartão-alimentação, que passaria dos atuais R$ 500 para R$ 750. Inicialmente o estado de greve foi decretado na última quinta-feira (5) e confirmado na noite desta segunda-feira (9), após os servidores rejeitarem mais uma proposta do prefeito Gilson de Souza (DEM).
“Foram três rodadas de negociações e os servidores entenderam que a Prefeitura não atendeu o básico que solicitamos e pode fazer mais. Queremos um reajuste real de no mínimo 1%. Na noite da última segunda-feira, em assembleia, os servidores votaram e seguimos no estado de greve decretado na semana passada. A Prefeitura foi notificada e podemos cruzar os braços já a partir desta quinta-feira”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Luís Fernando do Nascimento.
Segundo o presidente do Sindicato, a Prefeitura ofereceu um reajuste salarial de 4,31%, além de reajuste de R$ 50 no cartão-alimentação a partir do próximo mês até dezembro de 2020. Já a partir de janeiro de 2021 o reajuste passaria a ser de R$ 100, passando para R$ 550 e posteriormente para R$ 600, respectivamente. No caso do abono escolar o reajuste oferecido pela administração municipal foi de R$ 12, passando de R$ 285 para R$ 297.
“Esbarramos em dificuldades principalmente nos quesitos financeiros, mas também temos pedidos em relação a carga horária de servidores como agentes de saúde, por exemplo, que não foram atendidos. Agora nossa expectativa é que a Prefeitura enxergue a necessidade do que solicitamos e apresente uma nova proposta, especialmente na questão salarial e do cartão alimentação”, explicou Fernando Nascimento.
Caso a paralisação se confirme os servidores devem manter apenas o atendimento mínimo exigido como em espaços de urgência e emergência como Prontos-socorros, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), entre outros.
“No estado de greve a qualquer momento podemos fazer a paralisação e o tempo que permaneceremos parados vai depender de como as negociações evoluirão”, disse Fernando Nascimento. “A Prefeitura alega questões de lei eleitoral para não efetuar o reajuste, mas apesar disso estou confiante que a negociação evoluíra de forma positiva, assim como nos anos anteiores”, finalizou.
A Prefeitura de Franca conta atualmente com cerca de 4,8 mil servidores em atividade.
Prefeitura
Procurada a administração municipal informou que legalmente está impedida de avançar e conceder algo a mais que a reposição salarial, em virtude de ano eleitoral. Apesar disso, a Prefeitura informou que o secretário de Administração e Chefe de Gabinete participou da última assembleia para esclarecer dúvidas e ouvir as propostas dos servidores.