Reportagem Daniel Afonso
Quebrando tabu e dando exemplo de que as coisas podem se tornar ainda melhores nos negócios. Um tema que vem sendo retratado com mais evidência nos últimos dias é a diversidade sexual e de gênero. Nesta edição, vamos mostrar como as empresas estão trabalhando com políticas globais para esse público e os resultados do engajamento e produtividade de seus colaboradores. Para falar desse assunto, conversamos com o advogado e vice-presidente da subseção da OAB-Franca, Acir de Matos Gomes.
Recentemente, ele aproveitou do seu conhecimento do assunto para explanar dentro de uma sala de aula para estudantes universitários como é esta realidade dentro das empresas. A dinâmica foi trabalhada com material teórico, interatividade com alunos através de vídeos, músicas, perguntas, escuta e muita participação com opiniões. “Não foi apenas uma aula expositiva, houve compartilhamento de saberes”, ressaltou.
Intitulando a aula como um minicurso, o advogado explicou que a finalidade era mostrar aos universitários que na diversidade há uma fonte de riqueza e que as empresas que sabem aproveitar isso conseguem obter mais lucro do que as outras. “É necessário mudar a cultura da empresa e essa mudança passa, necessariamente, por toda a estrutura organizacional, desde o CEO até o mais simples colaborador”, revelou.
De acordo com o advogado, essa iniciativa do minicurso foi vista com bons olhos, e partiu do convite do coordenador e professor do curso de Administração e Contábeis da Universidade de Franca, Gleison Luis Araújo.
A questão foi destacada em conceitos que mostraram a diferença entre sexo biológico e a identidade de gênero, a orientação sexual e a expressão corporal. “Explicamos que homofobia, enquanto prática sociocultural, é a intolerância à vivência e expressão afetivo-sexual entre pessoas do mesmo sexo que pode se manifestar de forma física, emocional ou psicológica”, disse.
Como forma de conscientizar e ajudar na reflexão apresentamos os números relativos à violência praticada contra as pessoas que se identificam como LGBTI+ (a cada 20 horas morre de forma violenta, uma vítima de LGBTIFobia, no ano de 2018; 163 transexuais foram mortas no Brasil e 83% de forma cruel).
Com a melhora na comunicação, quando se consegue conviver com pessoas diferentes, a empresa passa a ter mais relevância, respeito e ética. Nos Estados Unidos, para cada 10% de aumento na diversidade racial ou étnica na equipe de executivos, os lucros aumentam 0,8%.
Preconceito e violência
No último domingo (1°), o programa Fantástico mostrou como é a vida das mulheres trans dentro da cadeia. Além disso, no último final de semana, Franca sentiu o drama de uma transexual que foi violentada. Fatores como esses, explicou o advogado, é que requer a necessidade da sociedade em evoluir através da educação e da cultura, o espaço sobre a diversidade. A agressão muitas vezes é uma reação decorrente do medo, por não aceitar o diferente. Por isso, muitos cidadãos agridem os gays, as lésbicas, os transexuais, etc. Por outro lado, a Universidade, ciente do seu papel de formação, olha para a questão como um fato social que precisa ser discutido, refletido e, principalmente, respeitado. Não se trata de apologia ao LGBTI+, mas de difusão de conhecimento para que a sociedade seja mais justa, igualitária e inclusiva. Apesar de não ser uma matéria fixa na grade, esse tema é constantemente abordado em diversas disciplinas dos cursos da Unifran. Enquanto alguns agridem, a universidade ensina o respeito”, explicou.