Reportagem Daniel Afonso
Diante dos últimos acontecimentos em Franca, vai acontecer neste sábado (15) a partir das 13 horas na praça Nossa Senhora da Conceição, uma mobilização de combate ao feminicídio. O objetivo desta iniciativa é promover um manifesto pelo fim da violência contra as mulheres, já que o cenário atual é crescente por este tipo de ocorrência. A concentração do protesto será na Concha Acústica.
De acordo com a coordenadora Rosângela Valentino, das ONGs Coletivo Arco-Íris e Vida Positiva, a mobilização espera reunir um grande número de participantes, principalmente mulheres: “vamos reunir mulheres guerreiras para mostrar nossa força. Através dessa união, pretendemos passar a mensagem para a população francana que não vamos tolerar qualquer tipo de agressão física ou verbal. Isso é crime”, declarou.
A organização pede que todo o público compareça vestido de roupa branca. A mobilização é aberta para todos os gêneros. “Queremos pedir paz e amor ao próximo e menos violência às mulheres e mulheres trans”, disse.
Valentino afirmou ainda que tem informações de que pelo menos uma mulher por dia é agredida na cidade: “pretendemos conscientizar para que elas façam denúncia de qualquer tipo de agressão”.
Ela explicou que a mobilização é para combater ainda outras formas de violência doméstica, além da lesão corporal, como ameaça, calúnia, injúria e difamação. “Diante disso, esse número tende a ser ainda maior, o que representa uma média de quatro mulheres vítimas por dia, é assustador”, finalizou.
Além desta manifestação, o grupo de mulheres pretende cobrar na Câmara Municipal, projetos que incentivam o combate ao feminicídio em Franca.
Último caso
Na última quarta-feira (12), a Delegacia de Investigações Gerais de Franca (DIG), realizou a reconstituição do último crime de feminicídio que chocou a população de Franca: o caso da jovem Jéssica Carloni, de 28 anos, que foi brutalmente assassinada pelo ex-marido, Antônio Sérgio Rodrigues, o Buiú, no início deste mês.
Investigadores da DIG, peritos do Instituto de Criminalística de Franca (IC) e cinco testemunhas participaram da reconstituição, que foi realizada na chácara onde o crime foi registrado. O autor do assassinato, não participou, porque de acordo com a Civil a presença dele poderia inibir as testemunhas.
Segundo o delegado Márcio Murari, que está à frente das investigações do feminicídio, uma amiga da vítima passou mal durante a reconstituição. Foi constatado que Jéssica foi atacada pelas costas, sem a mínima chance de defesa. Testemunhas contaram ainda que tentaram intervir, mas que foram ameaçadas por Buiú que estava descontrolado e violento.
O laudo da morte constatou que a vítima foi atingida por 35 facadas. Ela tinha ferimentos no tórax, nos braços, no pescoço e nas costas. A DIG inclusive já pediu a manutenção da prisão preventiva de Antônio, para que ele aguarde o julgamento preso.