Por Pedro Maia
Editor-chefe
Em ação conjunta entre o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e a Polícia Militar, foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, 14, a Operação Prisma, com vistas ao cumprimento de mandados de prisão temporária e mandados de busca e apreensão contra membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) atuantes na região de Franca e municípios vizinhos.
Somente em Franca foram 22 presos. Um suspeito, segundo informações da PM, morreu após resistir à abordagem. Conforme divulgado pela CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança) de Cristais Paulista, um integrante da facção criminosa no município também foi preso.
Segundo o MPSP (Ministério Público de São Paulo), a investigação revelou a existência de uma estrutura criminosa organizada, estável e hierarquizada, envolvida no tráfico de drogas, na imposição de decisões internas conhecidas como “disciplina do comando” e na prática de crimes contra o patrimônio. Foram identificados dezenas de envolvidos, distribuídos em funções específicas dentro da facção, incluindo atividades de logística, cobrança, difusão ideológica e resolução de conflitos por meio dos chamados “tribunais do crime”.
Apuração
As investigações analisaram grande volume de mensagens, áudios e dados extraídos de dispositivos eletrônicos, sendo expedidos 33 mandados de prisão temporária, além de diversos mandados de busca e apreensão espalhados em Franca, Cristais Paulista, Jeriquara, Altinópolis, Cravinhos, Matão, Ribeirão Preto, Ituverava, São Carlos, Patrocínio Paulista e Miguelópolis, além das cidades mineiras de Delfinópolis e Uberlândia. A decisão judicial destacou a gravidade dos crimes, a periculosidade dos investigados e o risco concreto de fuga, autorizando inclusive o acesso a dados armazenados em aparelhos celulares para aprofundamento das investigações.
De acordo com o Ministério Público, o nome da operação segue a dinâmica de um prisma, pois assim como este revela elementos contidos em um único feixe de luz, a ação integrada do GAECO e da Polícia Militar tornou possível identificar, separar e compreender as diferentes funções e ramificações da estrutura criminosa que atuava na região, permitindo sua desarticulação de forma precisa e coordenada. “Por isso a denominação da operação, que reafirma o compromisso do MPSP e da Polícia Militar com a repressão qualificada ao crime organizado, especialmente nas regiões em que a atuação da facção busca se estruturar ou se expandir”, destaca.