Por Pedro Maia
Editor-chefe
Previdência: o que é? Essa dúvida está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, e entender esse mecanismo de proteção social será cada vez mais importante para uma série de estados e municípios.
No Brasil, sobretudo no último século, o envelhecimento populacional tornou-se um fenômeno cada vez mais visível. Nesse contexto, cidades do interior paulista, como Franca, parecem ser elementos centrais nessa transição demográfica.
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Censo Demográfico 2022, mostraram que, dos 352.536 habitantes, 60.579 são pessoas com 60 anos ou mais em Franca. Esses valores representam 17% da população total. O cenário, por sua vez, levanta questões como orçamento, serviços e planejamento social.
Previdência: o que é? Por que é importante compreender esse instrumento?
No mundo pautado pelas relações de trabalho, de comercialização de serviços e mercadorias, a previdência é um instrumento importante, porque oferece segurança e estabilidade financeira diante de imprevistos, como doenças ou acidentes, assegurando, também, renda na aposentadoria.
Porém, diante do envelhecimento populacional, a previdência tornou-se central nos debates brasileiros. Em 2010, por exemplo, o Censo Demográfico apurou que 36.221 idosos residiam na cidade das Três Colinas, que, na época, possuía uma população total de 318.640 habitantes.
Os dados mais atuais mostram que Franca está seguindo uma tendência estadual e nacional. Mas quais são os desafios que esse processo traz?
Desafios do envelhecimento populacional para a previdência
O envelhecimento populacional apresenta, de fato, desafios significativos para a previdência no Brasil, especialmente porque o território encontra-se em um momento de transição demográfica acelerada. Por isso, é importante compreender como funciona a previdência.
O aumento da expectativa de vida, aliado à redução das taxas de natalidade, provoca mudanças na estrutura etária da sociedade, resultando em um menor número de jovens contribuindo para sustentar uma quantidade crescente de aposentados.
Esse desequilíbrio, por sua vez, compromete o financiamento do sistema previdenciário, baseado no modelo de repartição simples. Esse modelo se pauta na contribuição dos trabalhadores ativos em relação aos inativos. Além disso, outro desafio está no crescimento dos gastos públicos.
Com mais idosos dependendo da previdência, o orçamento destinado a pagamentos de aposentadorias e pensões aumenta, pressionando as contas públicas e exigindo reformas estruturais.
Um fator que também impacta nesse processo é o aumento da informalidade, que reduz o número de contribuintes regulares, dificultando ainda mais o equilíbrio financeiro do sistema.
Por conseguinte, nesse leque de desafios, é preciso considerar, também, a necessidade de adaptação dos modelos de previdência complementar, como previdência privada, incentivando maior adesão para aliviar a pressão sobre o sistema público.
Quais são as expectativas para o futuro?
No fim, o envelhecimento populacional em Franca deixa evidente que, no interior paulista, assim como em outras regiões do território nacional, não se trata somente de uma questão estatística. Os números mostram ser preciso pensar novos rumos, porque é uma realidade que impacta a saúde, a economia e o sistema de proteção social.
A cidade das Três Colinas, que viu sua população idosa crescer 67% em apenas 12 anos, espelha a tendência nacional e aponta para um horizonte de debates que ampliem políticas públicas e aliem planejamento urbano, atendimento em saúde e sustentação da previdência em curto e longo prazos.
Compreender a previdência e o que é nesse contexto significa enxergar o futuro de forma ampla, levando em conta que o aumento da longevidade, embora positivo, exige mudanças estruturais para garantir envelhecimento com qualidade de vida.