A campanha Outubro Rosa volta a mobilizar o país em torno da conscientização sobre o câncer de mama. Criado para estimular a população feminina a realizar exames e ampliar o acesso à informação, o movimento tem como meta reduzir a mortalidade, já que a detecção precoce aumenta as chances de cura e possibilita tratamentos menos invasivos.
O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomendam a realização de mamografia a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos, ainda que não apresentem sintomas. O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) defende a ampliação da faixa etária para 40 a 74 anos, de modo a aumentar a detecção de casos em estágios iniciais. O Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por oferecer gratuitamente exames de rastreamento e tratamento em todo o país, desempenhando papel fundamental na efetividade das ações.
Entre os sinais que merecem atenção estão nódulos palpáveis na mama ou axila, alterações na pele, secreções anormais pelo mamilo e mudanças no formato da mama. Embora o autoexame não substitua a mamografia, ele continua sendo um recurso importante de autoconhecimento corporal, que pode auxiliar a mulher a identificar alterações suspeitas e buscar avaliação médica imediata.
Segundo dados oficiais do IBGE, a expectativa de vida das mulheres brasileiras alcançou 79,7 anos em 2023, reforçando a necessidade de iniciativas de prevenção que garantam qualidade de vida ao longo de uma trajetória cada vez mais longeva.
Para a médica ginecologista e obstetra Isabele Azzem, docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), ampliar o rastreamento é fundamental para salvar vidas. “O rastreamento oportuno salva vidas. Ampliar o acesso ao exame para mulheres entre 40 e 74 anos é alinhar a prevenção à realidade epidemiológica nacional”, afirma. Ela reforça ainda que a atenção aos sinais do corpo é decisiva. “Nenhum sintoma deve ser ignorado. Procurar o médico ao menor sinal de alteração pode ser determinante para um diagnóstico precoce e um tratamento bem-sucedido”.
A importância do acompanhamento psicológico
Além dos cuidados clínicos, o diagnóstico de câncer de mama traz impacto emocional significativo. O apoio psicológico ajuda a paciente a lidar com ansiedade, medo e mudanças na rotina, fortalecendo sua capacidade de enfrentar o tratamento e aumentando sua qualidade de vida. O suporte deve se estender também à família, que muitas vezes assume o papel de cuidadora. Amparar esse núcleo é essencial para reduzir a sobrecarga emocional e fortalecer a rede de apoio da paciente.
“O suporte psicológico contribui para reduzir o sofrimento emocional e promover melhor enfrentamento da doença por meio de estratégias adaptativas. O acolhimento e acompanhamento fazem diferença na jornada da paciente”, explica a psicóloga Andresa Souza, docente de Psicologia da Estácio.