Neste sábado, 27 de abril, aconteceu uma sabatina no Bar do Panda, no Centro de Franca, com integrantes do Movimento Brasil Livre, em que expunha também a pré-candidatura de Miguel Francisco (União Brasil), neste ano, ao cargo de vereador. Junto dele, estavam presentes o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil) e o ativista gaúcho Sérgio Júnior, o Jota.
Durante a sabatina, Miguel foi questionado sobre o que faria de concreto caso fosse eleito, ao que ele respondeu: “fiscalizar o poder público é a primeira coisa que o vereador deve fazer de concreto. Vereador não tem controle sobre orçamento, o que ele pode é indicar”, desmistificando a ideia tradicional dos que dizem com exatidão que destinarão verbas para execução de uma coisa ou outra.
Foram citados a demora nos atendimentos prestados pelos serviços de saúde, como no Pronto Socorro Municipal, em que cidadãos têm relatado pelo menos quatro horas de espera para passar pela consulta; a situação da segurança pública; a diminuição da empregabilidade no município com referências à guerra fiscal entre os estados; entre outros.
A equipe do Jornal Verdade também conseguiu uma exclusiva com Zacarias, em que o deputado confirma o apoio ao pré-candidato João Rocha (União Brasil) à Prefeitura de Franca. Confira a entrevista a seguir:
Verdade – Como é que você analisa o contexto político da cidade hoje? De que forma o MBL consegue se colocar sobre ele? E além disso, quais, na sua opinião, são os maiores desafios que a cidade de Franca enfrenta atualmente?
Guto – Os maiores desafios de Franca é renovar a sua política, por isso que a gente tem um pré-candidato dos mais jovens, que é o Miguel, aqui na cidade de Franca, nosso pré-candidato a vereador. A gente tá apoiando também o João, a prefeito aqui da cidade, para dar uma arejada maior, para trazer boas ideias e, no âmbito das políticas públicas, acredito que [o maior desafio] é segurança pública. A gente vê a expansão de uma ‘Cracolândia’ aqui na cidade de Franca, eu sou da cidade de São Paulo, sei o problema que uma ‘Cracolândia’ pode fazer para o urbanismo, para a segurança pública, para o desenvolvimento, seja econômico, seja social. E ver que a ‘Cracolândia’, que a de São Paulo a gente deveria estar lutando para acabar, na realidade ela está se expandindo para outros municípios, como Franca. Isso é algo muito triste que eu tenho certeza, que tanto o João quanto o Miguel, vão lutar para acabar.
Verdade – Hoje você tem um embate na Assembleia Legislativa com um deputado de Franca, o deputado Guilherme Cortez. Você acha que esse mesmo embate que acontece na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) pode acontecer agora na corrida eleitoral de 2024?
Guto – Eu não vejo como um embate com o deputado Cortez, né? Para eu ter um embate com o Cortez, ele tinha que no mínimo começar a ser um deputado mais influente, um deputado mais importante. [É] Um deputado que não propôs nenhuma CPI, não conseguiu coletar assinatura para nenhuma CPI, não criou nenhuma frente parlamentar, teve um projeto aprovado que foi vetado completamente pelo governador, ou seja, não tem nenhuma lei criada. Eu sou o deputado com mais projetos aprovados, o deputado mais econômico, que mais cria CPI, que mais participa de frentes, de comissões, ou seja, eu acredito que eu sou um deputado extremamente muito mais econômico que ele e muito mais produtivo. Ele é um deputado que eu só não digo que ele é irrelevante por conta da quantidade grande de votos que ele teve e eu respeito os eleitores do Guilherme Cortez. Agora, como deputado, eu tenho certeza que os meus eleitores estão muito mais felizes com o meu desenvolvimento quanto com a relação que os eleitores têm com ele.
Verdade – Você tem pouco mais de um milhão e meio de seguidores nas redes sociais e faz um trabalho que é ir até uma praça pública, algum espaço e, também, abrir espaço para o pessoal te fazer perguntas, especialmente para criticar a direita e você contra-argumentar. O que você mais ouve a respeito do povo e o que você acha que se passa no intelecto dessas pessoas com relação ao que elas dizem?
Guto – A gente vê que um político quando ele tem a moral ilibada, ele não tem problema nenhum em estar de frente com a população. Eu não tenho problema nenhum de ir até às ruas, de ouvir o que as pessoas têm para dizer, seja de bom, mas principalmente de mal, sobre o meu trabalho. E raramente tem alguma crítica, porque assim, modéstia à parte, não só o meu trabalho, mas de toda a minha equipe, do meu grupo político, que o Miguel faz parte também, é um trabalho muito bom, que dá um banho em boa parte dos parlamentares, sejam os parlamentares mais à direita, sejam os do centrão e principalmente os deputados de esquerda. De críticas ao presidente Lula, muita gente fala da questão econômica: a gente vê um déficit que beirou ali os 230 bilhões de reais, sendo o segundo maior déficit nas contas públicas nos últimos 10, 15 anos, e muita das hipocrisias do que ele falava que ia acabar na eleição, ele está mantendo, como orçamento secreto, como a questão do sigilo, como a questão do desmatamento, seja em área da Amazônia, seja em área de Pantanal, é um governo muito ruim, né? Dizia que é defendia a democracia, mas só anda com o ditador. É um governo muito ruim e essa governabilidade dele precária tem que ser refletida em críticas da população.
Verdade – Guto, você falou inicialmente sobre os desafios que a cidade de Franca enfrenta hoje, especialmente com relação ao mandato do prefeito Alexandre Ferreira. E como vice-líder do governo do estado, o que você acredita que no Estado de São Paulo seria a principal coisa a ser combatida ou alguma das principais?
Guto – Ainda vou bater na tecla da segurança pública. A gente vê que a gente está tendo uma expansão de cracolândias ao redor do Estado, mesmo com a força do governo do Estado, a força do Primeiro Comando da Capital ainda é muito grande. Também o Estado de São Paulo está em guerra. Basta ver que no litoral de São Paulo, o Estado de São Paulo está em guerra contra o PCC, seja na cidade de Santos, seja na cidade de Guarujá, porque ali é um local muito estratégico para o PCC por conta do escoamento da droga. A gente vê que, no Porto de Santos, o PCC escoa de 35% a 45% da sua droga. Então tem uma estratégia deles, tem um foco estratégico deles muito grande na área do litoral, que a Polícia Militar do Estado de São Paulo brilhantemente tem combatido e tem retomado territórios que estavam na mão de um agente inimigo. Que no caso é o crime organizado, é a facção, é o primeiro comando a capital. Ou seja, ainda bato na tecla de que o principal problema de São Paulo hoje é segurança pública. Mas acho que o governo tem feito a sua parte, basta lembrar que nos últimos 12 meses todos os índices criminais caíram em menor ou maior grau, mas todos caíram. Acho que a gente vai continuar lutando por isso, seja na Assembleia, seja com o governo do Estado, seja com as nossas polícias. É um governo que está focando bastante segurança pública e acredito que está certo, que é o nosso principal problema.
Verdade – É um assunto que está em voga. Nós tivemos recentemente as operações na Baixada Santista. A imprensa bateu muito com relação às mortes que aconteceram dentro dessa operação. Como é que você analisa a posição da Polícia Militar, da Polícia Civil, da segurança do Estado quanto ao que ocorreu?
O que são as operações que aconteceram no litoral, ali na Baixada Santista, Santos, Guarujá, são operações de retomada de um território, né? Quando o soldado Reis, ele é morto, faziam 12 anos que não matavam o policial de Rota, ou seja, a Rota tentou fazer uma incursão e não conseguiu. Isso mostra a dificuldade de adentrar naquele terreno tomado pelo Primeiro Comando da Capital. Então o Estado de São Paulo tem que fazer, entrar com mais agressividade possível para salvar aquela população e retomar esse território inimigo. E as operações que ocorreram no litoral, elas resultaram em quase 10 toneladas de droga apreendida, milhares de fuzis, de revólvers, de bombas, de granadas apreendidas, centenas de vagabundos presos e alguns vagabundos que morreram. Mas basta ver, quando alguém me apontar um indício de infração aos direitos humanos comprovado, eu vou criticar a operação na hora. Só que não teve até agora. O que teve é disse-que-me-disse e muita gente defendendo que o bandido tem o direito de atirar contra o policial. A gente tem que ver isso como suicídio. Pra mim, um bandido que apontou arma pro policial tá se suicidando e ninguém vai tirar isso da minha cabeça.
Miguel Francisco
Também conversamos com ele, pré-candidato a vereador e colunista do Jornal Verdade, Miguel Francisco, que não poupou críticas ao executivo francano e estendeu seu apoio ao pré-candidato a prefeito pelo União Brasil.
Verdade – Como é que você, como francano, analisa a atual conjuntura política da cidade, especialmente no que tange ao prefeito Alexandre Ferreira? E quais serão os seus focos nessa jornada de 2024 agora que você lançou sua pré-candidatura?
Miguel – Eu acho que ele tem feito um trabalho político extensivo, mas falta conversar com o povo. Ele conseguiu tirar da corrida a Flavia Lancha, que ficou em primeiro lugar no primeiro turno da eleição do último pleito, até à frente dele com mais de 10%. Trouxe aí um conjunto grande e robusto de partidos, mas é aquela coisa, será que a população está com ele? Eu acredito que é só olhar os índices de segurança da cidade que, em quatro anos, quando ele pegou a administração ali ao fim de 2020 e hoje a gente tem índices como roubo que subiram 150%, estupro e outros tantos. É inegável que a cidade hoje enfrenta uma crise de segurança pública e isso não há conjuntura política, construção que se faça que tire isso da cabeça do eleitor e a realidade que ele vive.
Verdade – Quanto aos adversários hoje do prefeito Alexandre Ferreira, os que podem se candidatar contra ele nessa eleição, você acredita que algum deles, pelo menos dos nomes que suscitam aí, possam dar conta de administrar uma cidade como o município de Franca?
Bom, acredito que hoje a gente tem um nome forte, um nome no qual eu venho a contribuir, até acredito que eu posso contribuir com um plano de governo, que é o João Rocha. É um candidato que já participou de uma administração no passado como vice-prefeito, fez um bom trabalho. Se a gente tem hoje os índices de saneamento que a gente tem e Franca é conhecida não só no estado de São Paulo, mas no Brasil inteiro pelos índices de saneamento que tem, foi muito na gestão que ele participou. Naquela época, a segurança pública na cidade era referência no estado inteiro e foi assim até esses últimos cinco anos. Então, eu acredito que a gente pode retomar o caminho de crescimento e de notoriedade que a cidade tinha até no âmbito econômico, né? Que a gente tem ideias e tem trazido propostas pra voltar à trazer Franca como esse polo calçadista que sempre foi, tem um parque industrial, tem uma Ferracini agora que a gente perdeu e a gente pode trazer de volta. Então eu acredito que pra renovar a cidade de Franca, um dos melhores nomes que a gente tem é o João Rocha.